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Portugal na linha da frente no combate ao aquecimento global

Portugal na linha da frente no combate ao aquecimento global

Portugal está nos primeiros lugares entre os 58 países mais industrializados do mundo no combate ao aquecimento global e com um dos melhores desempenhos climáticos. A notícia foi ontem conhecida na 22ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, que está a decorrer na cidade marroquina de Marraquexe.

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Portugal na linha da frente no combate ao aquecimento global

Intervindo nos trabalhos, o primeiro-ministro português, António Costa, voltou a afirmar o que vem defendendo desde há largos meses: que Portugal não só é um país “comprometido com o acordo de Paris” sobre as alterações climáticas, como está na “primeira linha do combate ao aquecimento global”.

Depois de garantir que o país continua “totalmente empenhado” no sucesso das negociações internacionais sobre as alterações climáticas e “comprometido com a ambição política do Acordo de Paris”, acordo que foi assinado, como fez questão de realçar, por 196 países o ano passado, António Costa defendeu que quanto mais rapidamente se iniciarem os esforços internacionais de descarbonização das economias, “mais recursos serão poupados nas necessidades de adaptação às alterações climáticas”.

Para o primeiro-ministro, esta é a opção económica mais racional a médio e longo prazo, sustentando que o Acordo de Paris deve representar, de imediato, uma “oportunidade para o desenvolvimento e transformação da economia” e para a “criação de empregos, produtos e serviços” no mercado ligado às tecnologias de baixo carbono.

Alertando que Portugal pode vir a ser um dos países mais afetados da União Europeia pelos efeitos das alterações climáticas, se entretanto não forem feitos “esforços significativos” de mitigação, a nível global, para limitar o aquecimento global, o primeiro-ministro acentuou que tal cenário poderia colocar ao país “sérios prejuízos ao nível do seu território e da sua economia”.

Políticas de descarbonização

Para tentar minimizar os riscos de um quadro com esta envergadura, António Costa anunciou que Portugal, pelo seu lado, está já a preparar o processo de revisão do seu “Roteiro de Baixo Carbono para 2050”, iniciativa que tem como objetivo, como salientou, “sermos neutros em emissões de gases com efeito de estufa até ao final da primeira metade do século”.

Mas porque o combate ao aquecimento global exige que não se espere pelo futuro de braços cruzados, António Costa anunciou que a muito curto prazo Portugal vai adotar um conjunto de “políticas de descarbonização”, desde as direcionadas para o setor dos transportes, até uma “ambiciosa agenda” no domínio das energias renováveis, tudo no sentido de “cumprirmos as metas estabelecidas no quadro da Estratégia Europa 2020 e na diretiva das energias renováveis”.

Lembrando que Portugal tem “muito a ganhar” se continuar a apostar nessa “ambiciosa e bem-sucedida agenda” de promoção das energias renováveis, António Costa salientou que esta opção “já nos tem permitido dar grandes exemplos internacionais”, como aconteceu recentemente, quando o país foi abastecido de consumo elétrico durante quatro dias apenas com recurso às renováveis.

A este propósito, o primeiro-ministro fez questão de salientar que Portugal já realizou “mais de 87% da meta definida para 2020” após terem sido instalados cerca de “12300 megawatts de tecnologias renováveis”, o que representa, como frisou, “61% da potência de todo o parque produtor de eletricidade”. Um impacto que poderá aumentar, como defendeu António Costa, se as interligações energéticas em matéria de energias renováveis forem reforçadas entre “Portugal e a Espanha e entre a Península Ibérica e o resto da Europa”.

Energias renováveis ligam Portugal a Marrocos

Aproveitando a sua deslocação à Cimeira de Marraquexe, António Costa reuniu-se com o chefe do Governo de Marrocos, Abdelilah Benkirane, tendo anunciado à saída do encontro que o tema essencial debatido entre ambos foi o “aumento do potencial das energias renováveis”, através da interconexão elétrica entre Portugal e Marrocos.

Recorde-se que Marrocos dispõe de um enorme potencial de produção de energia solar, enquanto Portugal, pelo seu lado, é dos países da Europa com uma das maiores taxa de produção de energias renováveis, assumindo-se já, como recordou o primeiro-ministro português, como um país com capacidade de exportação.

Perante este quadro, como salientou António Costa, esta interconexão energética tem uma importância estratégia fundamental para os dois países, afirmando que é com projetos como este que o mundo deve continuar a responder de forma afirmativa aos desafios ambientais, “não se deixando abater pelo pessimismo ou por algum retrocesso que possa vir de decisões de outros países”.