Portugal na linha da frente das renováveis
Para Matos Fernandes o conceito de “transição energética” significa a “produção de energia a partir de fontes renováveis, acompanhada da eficiência energética na produção de calor e de frio e da eletrificação do setor dos transportes” esclareceu Matos Fernandes.
No seu discurso na sessão do projeto WindFloat, o primeiro parque eólico flutuante em Portugal, que decorreu na passada sexta-feira, na sede da empresa EDP, o ministro considerou que no setor da energia “não deve haver excluídos, nem perda de competitividade”, salientando ainda alguns aspetos importantes neste domínio, tais como as importações de Portugal da energia que consome, a importância da aposta nas renováveis e os compromissos internacionais do país em reduzir as emissões até 2050.
“Podemos orgulhar-nos de termos cumprido todas as metas de redução de emissões a que nos propusemos no passado e sabemos que temos no setor elétrico uma capacidade de saber e de compromisso que nos permitem estar confiantes”, afirmou o governante.
Dirigindo-se às empresas de produção de energia, Matos Fernandes disse que “para quem produz, como é o caso da EDP, tendes mesmo que investir assumindo riscos de mercado que caberá ao Estado saber minimizar, pois está em causa o superior bem público”.
Sobre o papel do Governo, o membro do Executivo reafirmou o apoio do Estado e disse que “aumentar a incorporação de renováveis é dar garantias de estabilidade aos preços”. “A água o vento e o sol não têm preços flutuantes”, sublinhou Matos Fernandes.
Metas e vantagens
“Em 2050 mais de 95% da energia elétrica produzida terá de provir de fontes renováveis e os transportes rodoviários terão que ser 100% elétricos, com pilhas a hidrogénio e marginalmente movidos a biocombustíveis”, avançou o ministro.
Trata-se de uma aposta que assume vantagens em diversos domínios, nomeadamente ao nível social e económico, desde logo “se pensarmos que o setor eólico criou em Portugal dois mil novos postos de trabalho e foi em 2017 responsável por 400 milhões de euros em exportações”, recordou Matos Fernandes.
O ministro referiu, ainda, que “penalizar fiscalmente a produção de energia elétrica e de calor a partir de combustíveis fosseis é um caminho sem regresso”, concluiu.
Projeto WindFloat
O projeto Windfloat constitui o primeiro parque eólico marítimo em Portugal.
O parque eólico flutuante é gerido por um consórcio liderado pela EDP e ficará localizado ao largo de Viana do Castelo.
Trata-se de um projeto pioneiro que pretende explorar as potencialidades eólicas no mar, onde através de um sistema, a energia produzida no parque será inserida na rede elétrica.