PORTUGAL NA COORDENAÇÃO DE OPERAÇÕES MILITARES EM CRISES HUMANITÁRIAS
A Iniciativa Europeia de Intervenção (IEI) “não é para fazer intervenções militares”, mas sim para articular capacidades operacionais que possam acorrer, em conjunto, a crises humanitárias ou a operações de salvamento e recuperação de cidadãos nacionais em países fora do território europeu, esclareceu o ministro Azeredo Lopes.
O grupo é liderado pela França e integra, além de Portugal, a Alemanha, Bélgica, Holanda, Estónia, Espanha, Dinamarca e Reino Unido, que sairá da União Europeia em 2019.
A IEI foi formalizada ontem, dia 25, no Luxemburgo, numa sessão realizada à margem de uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa da União Europeia, com a subscrição de uma carta de intenções. No documento é reafirmado “várias vezes para não haver qualquer dúvida, que esta iniciativa não é contra ou sem a PESCO [Cooperação Estruturada Permanente, na sigla em inglês]” salientou o governante, que considerou que será “bom para Portugal” integrar o projeto e esta adesão reflete o prestígio que é reconhecido a Portugal, sendo que, a atuação das nossas forças nacionais destacadas “terá pesado em muito para o facto de estarmos nestes nove países”, disse.
Portugal irá agora nomear um militar para o Estado-Maior das Forças Armadas francesas por forma a “reforçar uma cultura operacional que aproxime os Estados que estão desde o início na Iniciativa Europeia de Intervenção”, anunciou o ministro.
“Não vai ser nenhum embrião de um exército europeu, não vai ser uma forma de neutralizar a CEP, não vai ser forma de rivalizar com a NATO”, referiu Azeredo Lopes, numa antecipação a eventuais criticas ou reservas que possam surgir quanto à iniciativa.
Não sendo um exercito nem uma duplicação da CEP (criada há seis meses), a IEI tem “uma dimensão mais operacional, mais concreta, mais de potencial utilização das nossas Forças Armadas”, que irá permitir realizar um trabalho conjunto “em questões que nos interessam a todos, como crises humanitárias que possam ocorrer fora do território europeu, a recuperação e salvamento de nacionais no estrangeiro”, concluiu Azeredo Lopes.