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PORTUGAL EM BOAS MÃOS

PORTUGAL EM BOAS MÃOS

O PSD está ainda longe de ter digerido a sua estrondosa derrota nas autárquicas. Deve ter doído muito, para estarem tao incomodados, disse o primeiro-ministro, no debate quinzenal da passada quarta-feira. Marcelo bem pode dizer que não há reveses definitivos, mas há sempre alguns que deixam marcas profundas, diria mesmo feridas difíceis de cicatrizar.

Opinião de:

PORTUGAL EM BOAS MÃOS

A corrida à liderança vai ser a dois – Rui Rio e Santana Lopes. O segundo terá uma palavra a dizer, porque é mais popular do que o primeiro no PPD/PSD e tem mais carisma. Em todo o caso, ganhe quem ganhar, o PSD não vai ficar em boas mãos. A deriva direitista, iniciada com Cavaco, não será invertida. A social-democracia não passará de uma miragem. O recentramento político fica para as calendas gregas! Sá Carneiro continuará a remexer-se no túmulo.

Se as perspectivas são pouco animadoras para o PSD – há quem diga que mesmo havendo um D.Sebastião, no caso vertente Rui Rio, só se vê nevoeiro – os ventos continuam a soprar a favor do acordo de esquerda. O cumprimento da legislatura, com a atual solução política, da qual fui sempre apologista, parece não oferecer dúvidas. Marcelo, ainda esta semana, formulou votos para que assim seja. A solidez e a consistência do acordo são à prova de bala. Nao precisa sequer de ser blindado. O OE 2018 é a demonstração plena do que afirmo, se bem que as evidências não necessitem de ser demonstradas. Os ganhos políticos e sociais da ‘geringonça’ são tão notórios e a perspectiva  da direita estar condenada a longa travessia do deserto é tao risonha, que nenhum dos parceiros do PS ousaria pôr em causa o OE 2018. A sua aprovação será uma realidade. 

Sem solavancos nem crises, foi assim que o Presidente da República se referiu à aprovação do Orçamento. A sua promulgação não está também em causa. Portugal só ganha com isso.

António Costa fala, com certo e legítimo orgulho, aliás, no clima de tranquilidade que o país vive. A estabilidade é condição sine qua non à prossecução de qualquer política. O sucesso português, que Schauble voltou a referir na sua despedida do Governo alemão, já é apontado como exemplo da estabilização da Zona Euro. O que só nos pode honrar. Já não somos o parente pobre nem o patinho feio da Europa. O slogan do PS  “a Europa connosco”  permanece cada vez mais vivo e atual. A ajuda de Brandt e Schmidt à democracia portuguesa, nos seus primórdios, é sempre evocada e reconhecida.

O PS tem sido o grande intérprete desta mudanca qualitativa que se tem verificado na sociedade portuguesa. Sou e serei sempre do PS. É o meu partido natural. Como costumo dizer, o mais equilibrado de todos. O compromisso básico do socialismo democrático – não há liberdade sem pão, nem pão sem liberdade – tem engrossado cada vez mais o número de seguidores em Portugal. Desde os tempos áureos de Soares, passando por Guterres, que o mundo consagrou agora, e por Sampaio, outra figura enorme da política, sem esquecer Zenha – Soares e Zenha não há quem os detenha, dizia o povo – e muitos outros, até aos anos de ouro que vivemos com António Costa, um príncipe da política, o PS foi sempre igual a si próprio. Coerente e competente, em duas palavras. Portugal está bem entregue ao PS, o país está em boas mãos!