“Portugal é hoje um porto de abrigo”
E, segundo a parlamentar, esses números compreendem-se à luz da realidade dos nossos dias. “Há cada vez mais conflitos armados, as catástrofes naturais são cada vez mais frequentes e devastadoras, acentuam-se as desigualdades entre países ”, enumerou. Os problemas ambientais condicionam a sobrevivência do planeta, o terrorismo é uma ameaça permanente e, como se isso não bastasse, “há líderes que, em vez de promoverem o equilíbrio mundial, geram instabilidade e tensão”, alertou.
Numa intervenção virada para o que se passa na Europa, Edite Estrela chamou a atenção para o surgimento de egoísmos nacionalistas e desrespeito pelos direitos humanos. “O discurso de Estado foi substituído pela demagogia onde medram os extremismos e o populismo”, denunciou, lamentando as divisões no seio da União Europeia, onde “o drama dos refugiados é o exemplo mais visível”.
Segundo a socialista o problema é também a crise de lideranças. “Já Einstein afirmava que ‘o mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer’”, lembrou.
Neste complexo contexto internacional, Portugal é considerado um “porto de abrigo”, defendeu. “É essa a imagem do nosso país lá fora e é essa a opinião maioritária cá dentro, segundo o Eurobarómetro e recentes estudos de opinião”, garantiu. E justificou: “As estatísticas confirmam que Portugal está melhor; registamos o maior crescimento económico desde 1999 ( 2,7% PIB); a mais baixa taxa de desemprego desde 2002 (7,2%); reinvestiu-se no Serviço Nacional de Saúde e na escola pública; aumentou-se o salário mínimo”. Edite Estrela diz que estes números são tanto ou mais significativos por terem sido conseguidos em pouco mais de dois anos., ao mesmo tempo que se consolidram as contas públicas e se cumpriram os compromissos internacionais.
“Este bom caminho tem de ser continuado com renovada ambição. Seria grande irresponsabilidade pôr em causa o muito que se conseguiu”, assumiu e acabou citando o primeiro-ministro, António Costa: “Quando se está no bom caminho, não se muda de caminho”.