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Portugal e Espanha assinalam reabertura das fronteiras

Portugal e Espanha assinalam reabertura das fronteiras

Portugal e Espanha assinalaram esta manhã a reabertura das fronteiras terrestres entre os dois países, depois de durante mais de três meses a circulação ter sido limitada devido à pandemia de Covid-19.

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Portugal e Espanha assinalam reabertura das fronteiras

Foram hoje oficialmente reabertas as fronteiras terrestres entre os dois países ibéricos, numa cerimónia realizada nas cidades fronteiriças de Elvas e de Badajoz que contou com a presença dos dois chefes de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa e do rei Filipe VI, e ainda dos primeiros-ministros António Costa e Pedro Sánchez.

A propósito desta reabertura, o primeiro-ministro assinalou que, com a normalização do trânsito terrestre entre Portugal e Espanha, os dois governos ibéricos deram um novo passo no “reencontro entre vizinhos, que são irmãos e amigos”, defendendo que “desta fronteira aberta depende a nossa prosperidade partilhada e um destino comum no projeto europeu”.

Para António Costa, a pandemia, entre outros problemas, “trouxe uma triste realidade de um passado à qual não queremos voltar”, de um continente de fronteiras encerradas com a liberdade de circulação condicionada, lembrando que, pelo contrário, na Europa democrática dos dias de hoje, o espírito dos cidadãos europeus já absorveu a livre circulação de pessoas e bens “como um dos princípios fundamentais da ideia de Europa”.

Segundo o primeiro-ministro, Portugal e Espanha devem assumir gradual e decididamente um papel de atores principais na primeira linha da construção de uma Europa cujo modelo económico e social “reforce a convergência e traga mais confiança e certezas” aos europeus, mostrando-se convicto de que os dois países ibéricos “terão mais peso” se forem capazes de “travar esse combate lado a lado”.

Quanto à questão de se saber se esta reabertura de fronteiras foi uma decisão política ou sanitária, António Costa foi claro alegando que “não há decisões políticas nesta fase que não tenham uma dimensão sanitária”.

Acordo europeu

Na sua intervenção durante a cerimónia desta manhã na fronteira de Elvas com Badajoz, o primeiro-ministro referiu-se também ao próximo Conselho Europeu, defendendo que, se “houver racionalidade” por parte da Holanda, Suécia, Dinamarca e Áustria, “nada impedirá” que se alcance um acordo em torno da proposta da Comissão Europeia para a criação de um fundo de recuperação das economias do conjunto da Europa, no valor de 750 mil milhões de euros, e do quadro financeiro plurianual 2021/2027, assumindo que a União Europeia “é feita a 27” e que nem todos têm sempre pontos de vista coincidentes.

Divergências à parte, António Costa fez questão de recordar que esta é uma crise económica provocada por uma pandemia que atinge de forma transversal todas as economias, nomeadamente as europeias, uma certeza que é aliás corroborada pelas previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económicos (OCDE), quando garantem nas respetivas análises económicas que só muito dificilmente haverá algum país da União Europeia “que não vá sofrer uma crise económica muito importante”.

Perante este cenário e ainda segundo o primeiro-ministro, de pouco ou nada valerá haver países que se oponham à boa solução encontrada pela Comissão Europeia para enfrentar a crise económica que se avizinha, elogiando a ação do Banco Central Europeu (BCE), por desta vez ter percebido que seria errado “perder dois anos até fazer aquilo que era necessário para travar qualquer risco de pressão sobre as dívidas soberanas”.

Elogios que António Costa estendeu à Comissão Europeia, considerando que por ter conseguido agilizar a “reprogramação dos fundos europeus e as normas de concorrência” e, sobretudo, por ter “avançado com uma proposta histórica em relação ao fundo de recuperação”, vai ser possível abrir uma nova oportunidade para juntar os esforços das “economias mais desenvolvidas do mundo numa forte recuperação económica”.