Portugal é dos países com mais desemprego jovem

De acordo com o relatório “Tendências Globais de Emprego para a Juventude 2015”, Portugal é um dos seis países do sul do Mediterrâneo com os níveis de desemprego jovem mais elevados, apesar do acentuado decréscimo que se tem vindo a registar na Europa entre 2012 e 2014.

Com efeito, no período em análise, Portugal, apesar de toda a propaganda da coligação de direita, atingiu uma taxa de desemprego jovem de cerca de 34% face aos 16% da média dos restantes países da União Europeia, números a que se podem e devem juntar os da emigração de mais de 300 mil jovens qualificados registados nestes últimos quatro anos.

Segundo alerta a OIT, a crise trouxe consigo, para além do empobrecimento acelerado dos portugueses, a subida da taxa de desemprego jovem e a escassez no trabalho digno.

Em posição oposta está a grande maioria dos restantes países da UE, diz ainda a OIT, onde é possível aos jovens encontrarem trabalho com uma duração superior a um ano e obter níveis superiores na proteção do desemprego ou na saúde.

Este cenário explica por que é que os jovens portugueses são de todos os cidadãos da União Europeia aqueles que mostram maior apetência para emigrar, porque a dificuldade em encontrar emprego estável ou a tempo completo, diz ainda a Organização Mundial de Trabalho, afigura-se uma tarefa praticamente irrealizável.

Portugal surge neste relatório como um dos países com maior crescimento do emprego a termo, ou seja trabalho precário, bem acima da média registada na UE. Como forma de enfrentar o problema do desemprego jovem, a OIT defende o reforço das políticas públicas de apoio ao emprego, diligência que, segundo esta organização internacional, deverá passar por maiores incentivos fiscais às empresas, uma das medidas que poderão “proporcionar uma maior capacidade para absorver jovens trabalhadores”.