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Portugal e Dinamarca querem Europa mais forte e aberta ao comércio livre

Portugal e Dinamarca querem Europa mais forte e aberta ao comércio livre

“Apesar da distância geográfica”, Portugal e Dinamarca têm posições comuns sobre a abertura do comércio mundial, favorecendo a “existência de acordos comerciais com outras regiões do mundo”, caso do Mercosul, e sobre o aprofundamento do mercado único europeu, com António Costa e Lars Lokke Rasmussen a criticarem as “tendências protecionistas” da administração norte-americana sobre estas e outras matérias.

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Portugal e Dinamarca querem Europa mais forte e aberta ao comércio livre

Estas algumas das posições comuns ontem defendidas e tornadas públicas por António Costa e pelo seu homólogo dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen, no final de um encontro na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento.
António Costa, antes de destacar a cooperação dos dois países no domínio militar e no âmbito da NATO, “particularmente no Báltico”, lembrou que ambos os países defendem o mesmo ponto de vista em relação ao futuro da Europa, nomeadamente, no que respeita à necessidade de se avançar rapidamente e de forma sustentada no processo para “completar o mercado único”, mas também, como salientou ainda o primeiro-ministro, no que respeita às “interconexões energéticas”, designadamente, em áreas “como o digital”.
O primeiro-ministro mostrou-se convicto de que a “visão aberta e atlântica”, que ambos os países partilham, levará a que se desenvolvam “cada vez mais” os laços bilaterais entre Portugal e a Dinamarca, palavras que foram seguidas de um aceno de concordância por parte Lars Lokke Rasmussen, que defendeu o “reforço dos acordos ao nível regional”, designadamente, como salientou, entre a União Europeia e o México, “até como contraponto”, como acrescentou, às “tendências protecionistas da atual administração norte-americana”.
O primeiro-ministro dinamarquês fez depois a defesa veemente das potencialidades da economia verde, lembrando, a propósito, que tanto Portugal como o seu país já produzem atualmente “mais energia renovável do que consomem”.

Futuro da União Europeia
O líder do Governo dinamarquês está a fazer um périplo por algumas capitais europeias, onde tem debatido com os vários responsáveis políticos europeus o futuro da União Europeia, designadamente, sobre a possibilidade de se reforçarem as transferências dos Estados-membros para o orçamento comunitário.
Os dois líderes europeus tiveram ainda ocasião para abordar outros temas, como os económicos e financeiros, a união bancária, a reforma da União Económica e Monetária e os que envolvem as migrações, com António Costa, sobre este último tema, a expor ao primeiro-ministro dinamarquês as razões da apresentação por Portugal da candidatura de António Vitorino ao cargo de diretor-geral da Organização Internacional para as Migrações.

Esclarecimento cabal sobre armas químicas na Síria
Questionado pelos jornalistas, o primeiro-ministro, António Costa, mostrou-se “chocado” com as notícias que vêm da Síria sobre a utilização de armas químicas, exigindo que sobre esta matéria haja um “esclarecimento cabal” de toda a situação por parte do regime de Bashar al-Assad, frisando que mesmo em guerra “há linhas que não se podem ultrapassar”.
Quanto à eventualidade de Portugal poder integrar uma coligação internacional para uma intervenção militar na Síria, o primeiro-ministro não quis antecipar qualquer cenário, reafirmando a posição do Governo português de “total condenação” sobre a utilização de armas químicas, exigindo que seja respeitado o direito internacional e que se encontre uma solução pacífica para o conflito que se desenrola naquele país do Médio-Oriente.