Portugal e Brasil alcançam novo patamar de relacionamento
No final da XII Cimeira Luso-Brasileira, tendo ao seu lado o Presidente do Brasil, Michel Temer, no Palácio do Planalto, em Brasília, ambos os mandatários fizeram declarações aos jornalistas.
Antes destas declarações, foram assinados acordos bilaterais, um dos quais sobre mobilidade elétrica, entre a Fundação Parque Tecnológico Itaipu, do Brasil, e o Centro de Excelência e Inovação para a Indústria Automóvel (CEIIA), de Portugal.
Na ocasião, António Costa salientou a evolução das relações económicas e comerciais entre os dois países.
“Hoje já não falamos só de importação e exportação de petróleo, de carne, de vinho ou de azeite. Hoje podemos falar na cooperação técnica e científica ao mais alto nível”.
O primeiro-ministro considerou que “a experiência do [avião da Embraer] KC-390 é exemplar”, por ser um projeto desenvolvido “em conjunto, mobilizando o melhor da engenharia brasileira e portuguesa”, com a produção feita parcialmente em Portugal, na fábrica de Évora, e parcialmente no Brasil.
No final da sua declaração, António Costa afirmou que os governos português e brasileiro estão “prontos a dar continuidade a estas cimeiras bilaterais, a próxima em Portugal, e a trabalhar em conjunto, quer na base bilateral, quer junto de terceiros países, quer no Mercosul e na União Europeia”.
Após a XII cimeira luso-brasileira, durante um jantar em sua homenagem oferecido por Temer, no Ministério das Relações Exteriores, Costa defendeu que “na realidade do mundo de hoje não pode haver um Conselho de Segurança [da Organização das Nações Unidas] onde o Brasil não seja membro permanente”, considerando que esse assento permanente é “uma das boas formas” para prosseguir com a reforma da ONU, acrescentando que é preciso “um novo Conselho de Segurança que corresponda àquilo que é a realidade do mundo de hoje”, que “já não é mais a realidade do pós-guerra”.
Na declaração final da cimeira Luso-brasileira, lê-se que “os dois governantes reafirmaram a necessidade de avançar na reforma das Nações Unidas, em particular do seu Conselho de Segurança, com vista a reforçar a sua representatividade, legitimidade e eficácia, por meio da incorporação de novos membros permanentes e não permanentes e do melhoramento dos métodos de trabalho do órgão”.
Além disso, no jantar, o chefe do Executivo sublinhou que é preciso “transformar a nossa língua portuguesa em língua de trabalho das Nações Unidas”, apoiando assim uma proposta nesse sentido aprovada na XI Cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).