Portugal e Angola reforçam relações “densas e ricas”
Segundo o chefe da diplomacia portuguesa esta deslocação a terras angolanas tinha como objetivo central fazer a síntese de vários encontros sectoriais, de preparação para a visita do primeiro-ministro, que por sua vez criará as condições para a visita de Estado do Presidente da República português.
Augusto Santos Silva reiterou, ainda em Luanda, que as relações entre Portugal e Angola são “muito densas e ricas” nas áreas político-diplomática e económica.
Na ocasião, o governante aproveitou para salientar o saldo positivo das relações bilaterais em 2016, perspetivando que este ano sejam ainda melhores.
“O ano 2016 foi positivo, sobretudo na frente político-diplomática. As relações entre os Estados são de perfeita normalidade”, frisou, lembrando que “Angola foi muito importante no apoio, desde a primeira hora, à candidatura de António Guterres a Secretário-geral das Nações Unidas”.
Augusto Santos Silva acrescentou depois que os dois países têm interesses convergentes muito importantes na estabilização da grande região central de África e do Sahel, recordando que Portugal tem neste momento forças empenhadas no âmbito da ONU na República Centro Africana e, também no âmbito da ONU, outra força destacada no Mali.
“Por isso, o trabalho conjunto com Angola é muito útil para nós, designadamente se pensarmos também na situação que se vive na República Democrática do Congo, onde a comunidade portuguesa é importante”, apontou.
A nível económico, Santos Silva saudou os sinais de recuperação económica que os dois estados vêm evidenciando nos últimos tempos, depois de crises profundas que causaram uma significativa redução nas suas trocas comerciais.
Para o ministro, a continuidade dos investimentos, quer em Angola por portugueses, quer em Portugal por angolanos, é a prova da “natureza duradoura e estrutural do relacionamento económico entre os dois países”.
Refira-se que a visita do chefe da diplomacia portuguesa a Angola incluiu visitas a duas províncias, designadamente Huambo e Benguela, onde manteve encontros com a comunidade portuguesa, nomeadamente professores, pequenos comerciantes e empresários, tendo recaído o foco das conversas nas questões de natureza consular, que reclamam melhorias.
A terminar, Augusto Santos Silva declarou ter ficado com a perceção de que é vontade dos portugueses não só continuarem em Angola, como intensificarem a sua atividade, apesar das restrições no acesso a divisas, a principal preocupação manifestada no encontro com empresários, em Luanda.