Portugal disponível para acolher de imediato 1250 refugiados
O primeiro-ministro António Costa deslocou-se ontem à Grécia, em visita oficial, levando na bagagem o apoio português ao Governo grego na crise dos refugiados, defendendo a necessidade de a Europa agilizar a carga burocrática inerente ao caso dos refugiados.
A legislação europeia “é muitas vezes excessivamente burocrática para permitir de uma forma ágil responder às necessidades das pessoas”, alertou António Costa, garantindo que o trabalho bilateral desenvolvido com o Governo grego ao longo do dia vai “permitir agilizar os mecanismos de acolhimento”.
Depois de recordar que a primeira quota europeia atribuía a Portugal o acolhimento de pouco mais de quatro mil pessoas, o primeiro-ministro português anunciou ter já alertado as instâncias europeias para a disponibilidade de poder receber mais cinco mil refugiados, abrindo a possibilidade de albergar muitos jovens estudantes nas suas universidade e institutos politécnicos.
O primeiro-ministro referiu ainda o contributo e a “grande mobilização” que tem existido da parte da sociedade civil portuguesa no acolhimento aos refugiados, alertando contudo para o trabalho que “ainda falta fazer” por parte da União Europeia, para que “todos possamos ajudar o Governo grego a dar resposta a este drama humano”.
Um drama para o qual a Europa tem de estar preparada, defendeu ainda António Costa, de forma a assegurar proteção internacional a todos aqueles que dela carecem e que “buscam a paz, democracia e uma oportunidade de refazerem as suas vidas”.
O primeiro-ministro lembrou ainda o contributo de Portugal para a vigilância da fronteira grega, através da participação da sua Marinha, integrada na missão da NATO, no mar Egeu e ainda para a presença no terreno de militares da GNR e de agentes do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras na instrução dos processos dos refugiados.
Nesta visita, o primeiro-ministro português foi acompanhado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e Constança Urbano de Sousa, da Administração Interna e pela secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, Catarina Marcelino.