Portugal deve a Mário Soares a sua liberdade
Carlos César considerou hoje, no Parlamento, que a petição para que não se atribua o nome de Mário Soares ao aeroporto do Montijo é uma “traição à história”. “Aos subscritores respondemos com o orgulho de estarmos aqui, nesta Assembleia, a discutir dislates porque a liberdade o obriga”, declarou.
O presidente do PS recordou a importância de Mário Soares para o país, tendo estado presente na “resistência à opressão autoritária do Estado Novo”. “Não construímos o nosso Estado de direito democrático sem o protagonismo principal de Mário Soares; não reinserimos Portugal na nossa contemporaneidade sem a sua frontalidade cívica, sem o peso das suas convicções e a reflexão sobre muitas das suas indignações e incertezas”, frisou.
“Podíamos inclusive recordar a estes menos de 10 mil os quase três milhões e meio de portugueses que fizeram eleger e reeleger Mário Soares como Presidente da República e, sobretudo, recordar os 10 milhões que em Portugal tanto lhe devem a liberdade e a democracia”, sublinhou Carlos César.
O líder parlamentar socialista lembrou ainda Freitas do Amaral, “seu opositor na primeira eleição presidencial”, que o recorda como “o maior político português do século XX”.
“Mário Soares viveu os primeiros 49 anos da sua vida sem conhecer, no seu país, o respeito pelos direitos, liberdades e garantias públicas individuais. Nunca se atemorizou mas nunca deixou de sofrer por isso, algo de que nenhum dos peticionários se queixará enquanto viverem no regime em que ele foi, e é, figura referencial”, asseverou.
“Não quisemos, por um segundo que seja, que o nosso silêncio transigisse com a insciência, a provocação e a traição à história”, vincou Carlos César, lançando uma forte crítica aos subscritores da petição.