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Portugal consolidou imagem de um país em que se pode confiar

Portugal consolidou imagem de um país em que se pode confiar

Na longa entrevista que ontem deu a um canal de televisão nacional, o futuro secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, realçou o seu orgulho em ser português, lembrando a forma civilizada e de “grande aceitação” como o país recebe os imigrantes e os refugiados no seu território.

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António Guterres homenageado com nome do auditório do Museu do Côa

António Guterres, que iniciará funções como secretário-geral da ONU no próximo dia 1 de janeiro, na entrevista que deu à SIC, depois de criticar os muitos entraves e dificuldades que “infelizmente alguns países europeus estão a colocar aos refugiados”, manifestou o seu “orgulho em ser português”, lembrando que Portugal, ao contrário de outros, e apesar de ter passado por duas campanhas eleitorais “bastante tensas e disputadas”, legislativas e para a presidência da República, nunca questionou ou levantou qualquer problema em relação aos imigrantes ou aos refugiados.

Temos em Portugal, disse António Guterres, “talvez cerca de 500 mil imigrantes” pelo que, em sua opinião, “seria possível aos demagogos” dizer que é por causa deles que há desemprego, sabendo “nós que isso não seria verdade”.

Mas o demagogo “não sustenta as suas teses na verdade”, mas sim nas “perceções erradas que tem sobre as mais diversas realidades”, defendeu António Guterres que se congratulou com a atitude que em geral os portugueses têm tido, “demonstrando uma grande aceitação e solidariedade pela diversidade”.

Não excluindo que o “racismo é um fenómeno que existe em todas as sociedades”, António Guterres foi claro quando afirmou não ter dúvidas de que este é um tema que em Portugal tem um “carater muito atenuado”, talvez, como referiu, por “sermos um país de grande emigração”, o que certamente “ajuda a que sejamos comedidos nos ataques ao fenómeno da imigração e dos refugiados”.

A verdade, disse ainda o designado secretário-geral da ONU, é que em Portugal “ninguém ganhou votos com ódio ou com a intolerância” e isto para “mim, como português, enche-me de orgulho”.

António Guterres disse ainda estar “muito sensibilizado” com o apoio que recebeu de “todas as forças políticas” portugueses para a sua candidatura, vindas, como acentuou, quer do Parlamento e do Governo, mas também do Presidente da República, garantindo que esse apoio “teve grande influência”, mas que também ajudou a consolidar a “boa imagem de Portugal” como um país em que se pode confiar.