Portugal com aposta estratégica nas atividades económicas ligadas ao mar
O governante, que falou aos jornalistas à margem de uma conferência na Universidade do Algarve sobre o stress dos oceanos, explicou que na lista de prioridades estão as “energias renováveis azuis”, que são produzidas a partir de bases no mar ou da energia dos oceanos, a aquacultura, onde as “algas são uma produção de futuro e pouco impacto nas alterações climáticas”, e as áreas marinhas protegidas.
Segundo Ricardo Serrão Santos, Portugal tem um grande desafio que é o de contribuir “para a governação dos oceanos a nível global”. Também as pescas são uma preocupação, em especial a sua sustentabilidade, daí o destaque dado à “criação do programa das redes de áreas marinhas protegidas”, procurando sempre compatibilizar “o melhor conhecimento científico com sustentabilidade das comunidades pesqueiras”, essencial para gestão das quotas de pesca, disse.
Sobre a acusação por parte dos pescadores de que o Governo gere as pescas apenas para cumprir orientações de Bruxelas, o ministro garantiu que muitas das recomendações para esta área são feitas pelo Conselho Internacional para as Pescas dos Oceanos, onde são os países quem marca presença e não Bruxelas.
“Nesta matéria são tidas em conta as contribuições dos nossos cientistas”, frisou, acrescentando que as comunidades piscatórias fazem parte da “economia e da cultura portuguesa”, logo as questões da gestão das quotas “são sempre dialogadas com o setor”.
E defendeu a continuação das compensações, “até porque, se a sustentabilidade dos recursos é importante, também o é o das comunidades piscatórias”.
Ainda de acordo com Ricardo Serrão Santos, a conferência internacional das Nações Unidas que vai decorrer em Portugal no próximo ano e a presidência portuguesa do Conselho Europeu em 2021 são oportunidades para que o país contribua para a gestão partilhada do oceano global, essenciais para que continue “a dar cartas e orientar as políticas globais do mar, para além das nacionais”.