Portugal capacitado para acolher portugueses que queiram regressar
No âmbito da conferência de Imprensa conjunta com a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, o ministro dos Negócios Estrangeiros garantiu que o acolhimento será efetuado em infraestruturas públicas, nomeadamente, “nos centros de emprego, no sistema de saúde, nas escolas e no sistema de segurança e proteção social”.
Santos Silva admitiu, contudo, que neste momento “a preocupação maior” do Governo português “continua a ser com o bem-estar dos portugueses e lusodescendentes que estão a residir na Venezuela”.
É no sentido de assegurar a tranquilidade, a segurança e o bem-estar dos nossos compatriotas que “concentramos todos os nossos esforços”, referiu o governante.
Plataforma de emprego
O Governo português apresentou hoje também, na Venezuela, uma “plataforma inédita” com entre 18 mil e 20 mil oportunidades de emprego para luso-venezuelanos que planeiam viver em Portugal.
“É uma iniciativa pioneira, porque pela primeira vez o Instituto de Emprego e de Formação Profissional estabelece um programa específico para cidadãos portugueses e lusodescendentes fora do espaço da União Europeia”, anunciou o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro.
A plataforma resulta da cooperação entre as secretarias de Estado do Emprego e a das Comunidades Portuguesas, com vista “a dar resposta às necessidades e dadas as circunstâncias de vida por que estão a passar os portugueses” que vivem na Venezuela.
Para isso, informou José Luís Carneiro, “foi feito um mapeamento de oportunidades de trabalho no nosso país, do norte ao sul do país, identificando setores de atividade económica que estão hoje com dificuldades de mão-de-obra, desde pessoas com baixas qualificações, até pessoas com altas qualificações profissionais”.
A plataforma destina-se a um vasto e amplo universo, desde jovens trabalhadores com as mais elevadas qualificações, até trabalhadores que estejam ligados ao setor do comércio, da restauração, da hotelaria, da eletricidade, entre outros, que assim passam a dispor de “uma oportunidade de vida com dignidade, com questões de remuneração muito adequadas àqueles que são hoje os objetivos do trabalho remunerado com dignidade”, disse o governante.
A plataforma IEFP Venezuela estava inscrita nas medidas destinadas às comunidades portuguesas, apresentadas pelo primeiro-ministro, António Costa, e está acessível aqui.