Portugal apresenta trabalho feito e procura novos negócios
Segundo João Matos Fernandes, um dos objetivos da “forte aposta” portuguesa nesta oitava reunião internacional do fórum que decorre em Brasília é “poder mostrar-se como um país que tem feito um excelente trabalho neste domínio e que vai muito além da ação governativa e municipal”.
“Estamos a ser cada vez mais procurados e o entendimento com a Índia e com empresas indianas é muito claro para sermos parceiros no desenvolvimento de projetos na África que fala português”, assim como em outros países, como a Costa do Marfim ou a Tanzânia, que “são novos mercados para as empresas portuguesas” no setor da água, aponto o governante.
De referir que, nesta iniciativa organizada pelo Conselho Mundial da Água, o pavilhão de Portugal mostra através de aplicações digitais o trabalho feito no setor, as empresas e cerca de 300 projetos que desenvolvem em todo o mundo, e será palco para várias sessões dedicadas a temas relacionados com um recurso cada vez mais escasso em algumas regiões do mundo.
Na delegação portuguesa, com cerca de 70 elementos, estão representantes políticos, deputados e autarcas, mas também várias empresas, como a Águas de Portugal, ou instituições, como a Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Resíduos (ERSAR).
Matos Fernandes aproveita esta deslocação à capital brasileira para encontrar-se com outros governantes como o ministro dos Recursos Hídricos da China e a ministra espanhola que tutela o Ambiente, com quem deverá analisar o protocolo entre os dois países relacionado com os projetos que podem ter impactos ambientais transfronteiriços.
“Portugal tem hoje um conjunto de competências científicas, técnicas, de estudo, de construção e exploração de sistemas com empresas públicas e privadas que já está internacionalizado”, sublinhou o titular da pasta do Ambiente português, acrescentando que o processo que á está a decorrer poderá “alargar-se”.
Boa gestão é vital para economia e saúde
Nas primeiras declarações públicas, à chegada ao Brasil, o ministro do Ambiente fez questão clarificar que a definição da água e a sua boa gestão como um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas “significa a convergência de grandes valores de subvenções financeiras, nomeadamente a partir do Banco Mundial e outras instituições multilaterais de financiamento”.
Para Matos Fernandes, aquelas instituições estão cada vez mais estão a fazer convergir os seus investimentos para o problema da falta de água que é também um problema de saúde pública”, uma vez que meio milhão de pessoas morrem por ano devido a problemas relacionados com água contaminada.
“Portugal tem grande capacidade de participar e até liderar alguns desses processos e isso já é muito visível naquilo que fazemos diretamente”, como os projetos da Águas de Portugal em Moçambique, disse, destacando que o setor hídrico “é muito importante para a economia” e “participa de forma cada vez mais ativa na chamada economia 4.0”.
A terminar, o ministro especificou que cada vez mais esta é uma indústria em que a gestão e a tecnologia fazem parte da eficiência dos sistemas em vertentes como o controlo da água não faturada ou as plataformas tecnológicas para gerir o conjunto do ciclo urbano da água.