Portugal alcançou acordo histórico nas pescas
Falando no final da já habitual maratona negocial do Conselho de Ministros das Pescas da União Europeia, Ana Paula Vitorino expressou satisfação com os resultados alcançados nesta reunião, onde Portugal conseguiu ver ampliado, como garantiu, em “cerca de 24%” o total das possíveis capturas de pescado no próximo ano, lembrando que este é um “aumento histórico” desde que há registo das capacidades de capturas.
Para a governante, trata-se de “boas notícias” não só para a economia do país, uma vez que as quotas atribuídas a Portugal representam um “aumento de 35 milhões de euros face a 2018”, o que permite “atingir um valor global de cerca de 220 milhões de euros”, mas também para os “nossos pescadores e armadores de pesca”.
Ana Paula Vitorino referiu-se depois às várias espécies e às percentagens em que podem ser capturadas, considerando que foram salvaguardas para Portugal “as espécies comercialmente mais importantes”, dando a este propósito os exemplos da pescada, que “manteve a quota atribuída em 2018” apesar da Comissão Europeia, como assinalou, ter inicialmente proposto “um corte de 14%”, ou do tamboril, com um aumento das capturas aceite de 5% “em vez dos 2% inicialmente propostos”.
Também o atum rabilho, uma espécie “muito consumida pelos apreciadores de sushi”, passará a poder a ser capturado em mais 11% em 2019, assim como as raias, cuja quota sobe igualmente 10%, quando inicialmente tudo apontava, como referiu a ministra, para que não houvesse no próximo ano qualquer alteração da quota que estava em vigor.
A titular da pasta do Mar referiu-se ainda ao bacalhau, um ex-líbris da gastronomia nacional, garantindo que a frota pesqueira portuguesa, com este novo acordo, vai poder beneficiar em 2019 de um aumento de capturas na ordem dos 12% “para o conjunto das três quotas de pesca desta espécie”, incluindo, como acrescentou, nas “zonas NAFO” no Atlântico Noroeste, nomeadamente no Canadá.
Finalmente quanto a espécie igualmente muito consumida pelas famílias portuguesas, o carapau, Ana Paula Vitorino deixou a garantia de que também nesta categoria foi acordado um aumento da quota em 69%, salientando a ministra haver “uma grande aceitação deste ‘stock’ devido às campanhas para o aumento do consumo desta espécie”.