Portugal acolhe lançamento do Plano de Ação Mundial da Atividade Física

“Pessoas Mais Ativas para um Mundo Mais Saudável” foi o nome escolhido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para o Plano de Ação Mundial da Atividade Física, 2018/2030, programa que avança com um conjunto de orientações aos países para que promovam, “numa lógica intersectorial” e de saúde em todas as políticas, a atividade física junto das populações.

O programa será hoje lançado, ao fim da tarde, na Cidade do Futebol, no concelho de Oeiras, e contará com as presenças do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, do diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus e do presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes.

Para Adalberto Campos Fernandes, esta é uma iniciativa que assume um caráter de grande importância, conhecendo-se como o “sedentarismo é um dos fatores que mais contribuiu para o aparecimento de doenças crónicas não transmissíveis”, como as doenças cardiovasculares, oncológicas, a diabetes e a obesidade, estando estas, como alertou o ministro da Saúde, entre as principais causas de morte em todo o mundo, com cerca de “40 milhões de óbitos todos os anos”.

Segundo a OMS, em Portugal, um em cada 10 portugueses tem diabetes, perto de quatro em cada dez sofre de hipertensão e mais de metade da população adulta apresenta excesso de peso, incluindo obesidade, sendo que Portugal, ainda segundo a OMS, é o país europeu onde a população “vive menos tempo com saúde depois dos 65 anos”.

Perante este quadro, como refere o ministro da Saúde, urge aumentar a prática da atividade física das populações, lembrando que atualmente um em cada quatro adultos e quatro em cada cinco adolescentes “não pratica níveis suficientes de atividade física”, acrescentando que os números são “ainda mais preocupantes”, quando se olha para as jovens, as mulheres, os idosos e as pessoas mais desfavorecidas ou portadoras de alguma deficiência ou doença crónica.

O ministro Adalberto Campos Fernandes salienta que a realidade portuguesa, em relação à atividade física dos seus cidadãos, está aliás amplamente plasmada no último eurobarómetro, que destaca que apenas “5% das pessoas com 15 ou mais anos” afirma praticar regularmente qualquer atividade desportiva ou fazer algum exercício físico, como a prática de caminhadas ou andar de bicicleta, uma realidade que o governante lembra que é uma das causas para que “14% das mortes anuais em Portugal estejam ligadas ou associadas à inatividade física”.

Quanto ao trabalho que o Governo português tem vindo a desenvolver em matéria de promoção da atividade física, o ministro Adalberto Campos Fernandes lembra que o Executivo assumiu a promoção da atividade física como uma “prioridade nacional”, tendo já tomado, como aludiu, várias medidas nesta área, destacando, a propósito, quer a criação de um “Programa Prioritário para a Promoção da Atividade Física”, quer a implementação de um projeto-piloto de “sensibilização para a atividade física nos cuidados de saúde primários”, quer ainda, como acrescentou, o lançamento de um Plano de Ação Nacional para Promoção da Atividade Física e de uma “Estratégia Nacional para o Envelhecimento Ativo”, iniciativas “que envolvem diferentes ministérios”.