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Portugal acentua recessão demográfica

Portugal acentua recessão demográfica

Só em 2014 o número total de emigrantes, entre permanentes e temporários, chegou perto dos 135 mil. Os dados foram avançados recentemente pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) e espelham bem a hemorragia demográfica que Portugal tem experimentado fruto das políticas de austeridade do Governo PSD/CDS.

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Portugal acentua recessão demográfica

O INE refere também que este é o quarto ano em que o saldo migratório apresenta valores negativos. O ano passado Portugal perdeu mais de 30 mil pessoas na diferença entre imigrantes e emigrantes.

Este saldo migratório negativo, conjugado com o saldo natural (mortes), também ele negativo, contribuiu para uma perda de população na ordem das 52.500 pessoas o que significa uma taxa de crescimento negativa de 0.5%.

O país enfrenta, pois, um grave problema demográfico de consequências imprevisíveis.

E, quando se olha para quantos portugueses partiram para outro país nos últimos quatro anos, torna-se claro que este é um momento particular nos fluxos de emigração em Portugal, atingindo-se níveis históricos.

“Nos últimos quatro anos, o número de pessoas que anualmente saem de Portugal para outro país cresceu mais de 50%”, refere Rui Pena Pires, coordenador do Observatório da Emigração, num dossiê temático publicado pela edição online do “Expresso” sobre esta matéria, no qual alerta que “é preciso recuar a 1973 para encontrarmos valores desta ordem de grandeza.”

Mas, se o número de portugueses a sair do país aumentou, tendência contrária teve o número de estrangeiros a vir viver para Portugal. Como sublinha o sociólogo: “há mais estrangeiros a regressar aos seus países de origem do que a fixarem-se de novo em Portugal.”

“Ou seja, no plano demográfico a dinâmica migratória é claramente recessiva, num país que é já hoje, em termos relativos, o de maior emigração e um dos de menor imigração e natalidade entre todos os da União Europeia”, resume o responsável do Observatório da Emigração.

Também o Banco de Portugal, num relatório de análise à economia portuguesa publicado em 2014, sublinha que o fluxo de emigração “tem um impacto importante” na evolução da população ativa.

“Ao acumular os efeitos das duas realidades – a emigração a subir e a imigração a descer – a realidade portuguesa salda-se na crise e estagnação da economia, em particular, na destruição de emprego que lhe está associada”, defende ainda Pena Pires.

Face a este drama, o Partido Socialista tem defendido uma solução que passe pelo fim da austeridade cega, a implementação de políticas públicas de promoção do emprego, do crescimento da economia e da promoção da imigração com objetivos demográficos.

Fonte: INE