Portugal abriu 50 novos mercados em 3 anos
“Nos últimos três anos, abrimos 50 mercados para 190 diferentes produtos e temos neste momento em negociação mais 50 para outros cerca de 200 produtos de diversos tipos. Isto num país que não é, obviamente, autossuficiente, mas que também não é aquele país que muitos quiseram fazer crer, o país que compra tudo o que come”, disse Capoulas Santos.
O ministro considera que após mais de 30 anos de integração europeia, a agricultura portuguesa registou uma profunda transformação, para a qual foi determinante a nova atitude e as capacidades dos novos agricultores.
“É um setor que se requalificou, que se soube reestruturar. É óbvio que tivemos apoios financeiros continuados, tivemos depois da adesão europeia, políticas continuadas independentemente da mudança dos governos. A trave mestra da Política Agrícola Comum (PAC), manteve-se”, disse Capoulas Santos.
O ministro sublinhou que a aposta do Governo na pequena agricultura constitui uma política diferenciadora no contexto do quadro nacional e da PAC.
“Isto porque é um segmento muito esquecido e pensamos que é fundamental para a coesão social e territorial do país e deve coexistir com a agricultura competitiva e empresarial, mas que só poderá subsistir se for positivamente discriminada”, justificou o governante.
Em termos de política agrícola nacional, Luís Capoulas Santos salientou a importância do regadio e das florestas, bem como do Estatuto da Pequena Agricultura Familiar.
“A água e o regadio são fundamentais para os desafios que temos pela frente, as alterações climáticas e a necessidade de aumentar o nosso autoabastecimento e até de promover as exportações. A nossa agricultura tem vindo a crescer de forma sustentada nos últimos anos e a exportar de forma sustentada. Cresceu mais de 7% contra 6,2% da média europeia”, referiu o responsável do Governo.
O sucesso da política do Governo traduziu-se num crescimento superior ao da média europeia, o qual, nos primeiros meses deste ano, registou um aumento na ordem dos 6 a 7% face a 2017.
“Somos um país que temos uma grande variedade de produtos de qualidade. Os nossos agricultores e agentes económicos estão a aproveitar estas oportunidades, aproveitando também os apoios disponíveis que são generosos”, afirmou Capoulas Santos.
A propósito de apoios ao setor, o ministro destacou os 1.114 grupos operacionais que existem no país, os quais contam com a participação do Ministério da Agricultura, das empresas e das universidades, e que desenvolvem um trabalho importante na deteção e definição de soluções para os problemas relacionados com o setor.
No âmbito da sessão alusiva ao centenário do Ministério da Agricultura, Capoulas Santos, lamentou o desmantelamento dos serviços gerais, considerando que “é completamente contraditório com aquilo que devia ser”, disse.
Para o ministro, “só faz sentido que o Ministério da Agricultura esteja junto dos agricultores. Não é acantonado nas capitais de distrito ou acantonado em Lisboa que faz sentido. Por isso, assumi o compromisso que enquanto estiver no Ministério, não haverá novos serviços em Lisboa e todos aqueles que forem criados, serão fora de Lisboa”, concluiu Capoulas Santos.