Perspetivas orçamentais positivas implodem drama da direita
“É natural que alguém cuja existência dependente de uma catástrofe veja catástrofes em todo o lado. É uma forma de sobrevivência” afirmou João Galamba, no Parlamento, garantindo que o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, “não tem razão nenhuma nas afirmações que fez sobre a execução orçamental”.
Mas, contrapôs, Passos “devia ler com um pouco mais de atenção e detalhe, sobretudo olhar para a taxa de execução e comparar com a sua própria no ano passado, esta é melhor”.
Isto porque, segundo João Galamba, “quer do lado da despesa, quer do lado da receita fiscal, as contas estão em linha, estão a melhora”, verificando-se “perspetivas positivas para o cumprimento dos objetivos orçamentais de 2016, ao contrário do que disse o ex-primeiro-ministro”.
De seguida, o parlamentar do PS sublinhou que “um dos dados mais importantes, aquele que é relevante para perceber quão próximos ou distantes estamos do objetivo de défice anual, é perceber que a taxa de execução do défice no mês de abril foi de 29,7%, o que compara com 31% do ano passado, ou seja, face ao objetivo anual estamos com uma taxa de execução melhor do que ano passado”.
Refira-se que o défice orçamental, em contas públicas, atingiu os 1.634 milhões de euros até abril, mais 56 milhões de euros do que no mesmo período de 2015, conforme informou o Governo.
Em comunicado emitido, antes de a Direção-Geral do Orçamento (DGO) publicar a síntese de execução orçamental até abril, o Ministério das Finanças referiu que este valor do défice nos quatro primeiros meses do ano “representa 29,7% do previsto para o ano” inteiro, sendo que em 2015 correspondia a cerca de 31%.
Quanto ao saldo primário, que exclui os encargos com a dívida pública, o ministério de Mário Centeno indica que se verificou “um excedente de 1.118 milhões de euros”, o que reflete uma “melhoria de 261 milhões de euros face a 2015”.
Não há “avisos sérios” a países de ministros alemães
Neste contexto, o deputado João Galamba recusou que o ministro alemão das Finanças faça avisos a Portugal ou a qualquer outro país.
“Wolfgang Schauble não faz avisos sérios a países, nem nenhum ministro faz avisos sérios a qualquer país. Existem instituições europeias e são essas que decidem”, afirmou depois de questionado sobre se as declarações do ministro alemão constituíam um aviso sério a país.
De acordo com vários órgãos de informação, que citam a agência Bloomberg, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schauble, manifestou-se hoje contra o adiamento de sanções a Espanha e Portugal, considerando que aliviar as regras não ajuda a aumentar a confiança.
O porta-voz socialista desafiou Schauble a “explicar essas afirmações”.