No final da visita que realizou, esta manhã, ao Hospital de Santa Maria, em Lisboa, o Secretário-Geral do PS afirmou que a Saúde foi a área em que o primeiro-ministro mais falhou, sustentando que o SNS enfrenta atualmente “mais problemas do que tinha há um ano e com mais instabilidade”.
“Foi mesmo a aérea em que Luís Montenegro mais prometeu e mais falhou”, criticou o líder socialista, lembrando que, durante a campanha para as eleições Legislativas de 2024, o então candidato da AD a primeiro-ministro “declarou que era fácil resolver os problemas da Saúde”.
Contrariamente, sublinhou, “o SNS está agora pior do que estava há um ano”, com “mais utentes sem médico de família” e “mais serviços de urgência encerrados”.
Ao manifestar preocupação também pela instabilidade que grassa num setor vital para a vida dos cidadãos, Pedro Nuno Santos referiu que, em apenas 12 meses, “o país já viu um terceiro diretor executivo do SNS, um terceiro presidente do INEM e mais de 16 conselhos de administração que se demitiram ou foram demitidos”.
“Em vez de trazer segurança e confiança ao SNS, este Governo trouxe mais instabilidade”, pontualizou o Secretário-Geral socialista, assinalando que, ao mesmo tempo, e perante as dificuldades, “a aposta do executivo de Montenegro foi no desvio de recursos para o setor privado”.
“E até nessas apostas que fez no privado, o Governo falhou redondamente”, censurou, recordando o acordo realizado com o Hospital Privado de Cascais para, alegadamente, garantir médicos de família a 75 mil utentes de Sintra e Cascais, “não tendo conseguido sequer chegar aos cinco mil”.
Na visita à ULS Santa Maria, onde esteve reunido com o conselho de administração e visitou a Base VMER (Viatura Médica de Emergência e Reanimação), Pedro Nuno Santos enfatizou igualmente que “os portugueses sabem que têm uma ministra da Saúde que em nenhum momento foi capaz de assumir responsabilidades e que deixa um SNS pior do que aquele que herdou há um ano”.
“Pelo contrário, o Partido Socialista tem as pessoas com a competência, com a experiência e com o reconhecimento para fazer um bom trabalho pela saúde pública em Portugal”, assegurou, ladeado por Fernando Araújo, antigo diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde e cabeça de lista do PS pelo Porto, Mariana Vieira da Silva, cabeça de lista por Lisboa, e por Alexandra Leitão, candidata socialista à presidência da Câmara Municipal de Lisboa.
Governo falhou na comunicação e coordenação durante apagão
Questionado sobre as temáticas do frente a frente televisivo desta noite com Luís Montenegro, no âmbito das Legislativas antecipadas, o Secretário-Geral do PS reiterou ainda fortes críticas ao executivo da AD pela gestão que fez da situação de apagão generalizado que afetou o território continental português, considerando que o Governo chefiado por Luís Montenegro “não fez bem o seu trabalho na comunicação e na coordenação, nomeadamente nos serviços de proteção civil municipais”.
“O apagão não é responsabilidade do Governo, o que é responsabilidade do Governo é comunicar com os portugueses enquanto dura uma crise e a verdade é que não teve essa capacidade, quis centrar as comunicações em si”, enfatizou o líder socialista perante os jornalistas, classificando como “tardio” o envio de um SMS de alerta aos portugueses “quando já não havia condições do ponto de vista das comunicações para que chegasse e a luz já estava a ser estabelecida”.
Deplorando que as populações não tenham podido contar nem com o executivo nem com a Proteção Civil, Pedro Nuno Santos fez questão ainda de reafirmar que o Governo “não fez bem o seu trabalho”, demonstrando assim, mais uma vez, “impreparação e incapacidade perante as crises”.