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Importa fazer a pedagogia do que é uma democracia parlamentar

Importa fazer a pedagogia do que é uma democracia parlamentar

Apesar da propaganda e do ruído, a direita não conseguiu convencer os portugueses de que o caminho da austeridade era a única solução para as suas vidas. O PS, pelo contrário, quer provar que é possível dar a volta à austeridade sem pôr em perigo o equilíbrio das contas públicas, defendeu o dirigente Pedro Nuno Santos numa entrevista ao “Jornal de Notícias”.

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Importa fazer a pedagogia do que é uma democracia parlamentar

Garante que nem lhe passa pela cabeça que o Presidente da República não indigite António Costa, que “conseguiu aquilo que Passos Coelho não conseguiu”, ou seja, um apoio parlamentar maioritário e a “garantia de que o programa de Governo é aprovado”.

Se tal não vier a suceder, diz o dirigente socialista, Cavaco Silva não só estaria a “prejudicar gravemente o país”, como a” violar a vontade maioritária expressa pelo povo português”, nas recentes eleições de 4 de outubro.

Nesta entrevista ao ‘JN’, Pedro Nuno Santos diz não encontrar razões para que o Presidente da República não indigite, “tão rápido quanto possível”, o Secretário-geral do PS como primeiro-ministro, lembrando tratar-se de um Governo que conta “com o apoio parlamentar maioritário”, ao contrário da coligação de direita que viu chumbado o seu programa na Assembleia da República.

Lamenta a análise distorcida da direita sobre a escolha que os portugueses fizeram nas últimas eleições legislativas, criticando sobretudo as referências pouco ortodoxas que Passos Coelho utilizou para se referir ao líder socialista, recorrendo a uma linguagem que Pedro Nuno Santos diz “não dever ser nunca usada por nenhum político”, defendendo que cabe a todos os agentes políticos “promover a serenidade e a normalidade constitucional”.

Quanto ao facto de ainda haver muitos portugueses que alegam não entender porque é que o partido mais votado não vai liderar o próximo Governo, Pedro Nuno Santos lembra que tal só sucede porque, pela primeira vez em 40 anos de democracia, os partidos de esquerda conseguiram chegar a um entendimento, introduzindo aqui uma mudança na realidade política tal como a conhecíamos.

Pedagogia política

A propósito do conjunto de mudanças que as últimas eleições legislativas trouxeram à realidade política nacional, Pedro Nuno Santos sugeriu mais pedagogia e menos ataques pessoais por parte dos partidos da direita, quer a António Costa, quer ao PS, sugerindo-lhes que se empenhem mais em explicar aos portugueses o que é uma democracia parlamentar.

Garantiu que o PS nas conversações com os outros partidos de esquerda nunca abandonou a preocupação de cumprir com as metas orçamentais compatíveis com a participação de Portugal no projeto europeu, salientando que uma das coisas que os partidos de direita têm de explicar aos portugueses é que aquilo que a “esquerda conseguiu fazer está dentro das regras constitucionais” e que a sua luta tem como objetivo “traduzir a vontade maioritária do povo português de afastar o PSD e o CDS de continuarem a governar Portugal”, oferecendo ao país uma “mudança política”.