Para o PS o emprego nunca foi uma variável de ajustamento
Eurico Brilhante Dias afirmou que não se pode “olhar para a economia portuguesa como se o passado não existisse”, lembrando uma notícia de há seis meses sobre uma estimativa rápida trimestral do INE: “Portugal volta a empobrecer face aos parceiros, só três países estiveram pior”. “E esta é a base de análise, não só do programa eleitoral do Partido Socialista, mas também a base do programa político que o XXI Governo Constitucional apresentou nesta Assembleia da República. Só três países estavam pior, quando hoje nós sabemos que o contexto internacional se degradou, em particular em mercados externos com forte vínculo e forte ligação à economia portuguesa”, defendeu.
O deputado socialista dirigiu-se, depois, ao deputado do PSD Pedro Passos Coelho para alertar que, se o Governo do PS não tivesse dado prioridade à procura interna, “o sr. deputado hoje estaria aqui a dizer que o desemprego teria crescido”. “Para o Partido Socialista, o emprego dos portugueses não é e nunca foi uma variável de ajustamento”, garantiu.
“O emprego sempre foi a nossa prioridade e, por isso, não podemos olhar para os números do INE e para a estimativa rápida e dizer que a prioridade são os mercados externos”, que teria apenas uma consequência, avisou Eurico Brilhante Dias: “Aumentar o desemprego”. “Se essa é a vossa solução, então nós temos, de facto, caminhos diferentes”, apontou.
Eurico Brilhante Dias lembrou que a taxa real de desemprego, que o anterior Governo “sempre nos habituou a mascarar com vários malabarismos”, “desceu pela primeira vez neste trimestre abaixo de um milhão de desempregados”. E isso aconteceu, explicou, “porque o desemprego de longa duração desceu”, “o número de desencorajados desceu” e o “número de desempregados ocupados desceu este trimestre”.
“Portugal tem uma prioridade: aumentar o investimento para aumentar o emprego, convergir o aumento do rendimento para aumentar a receita fiscal”, garantiu.