Papel do setor agroalimentar foi essencial durante pandemia
“A agricultura nas mais diversas formas, as pescas e a aquacultura – o designado setor primário – constituem a base de todo o setor agroalimentar cuja função primordial é a alimentação, sendo também por isso indissociáveis do processo de construção social”, começou por referir o coordenador do Grupo Parlamentar do PS na Comissão de Agricultura e Mar durante o debate, marcado pelo PCP, sobre a soberania alimentar, produção e emprego.
Ora, “esta perceção generalizada justificou a criação neste Parlamento, na Comissão de Agricultura e Mar, e por unanimidade, do grupo de trabalho de valorização de produtos agroalimentares em Portugal”, recordou.
Com a recente crise causada pela pandemia também se percebeu “de imediato a necessidade e a pertinência de acompanhar o contexto, as capacidades, as fragilidades, a resiliência da segurança ou mesmo da soberania alimentar”. Para tal, “o setor foi alvo de respostas próprias e dirigidas com impacto de alcance assinalável”, tendo João Castro destacado a campanha “‘Alimente quem o alimenta’, a conexão de produtores e consumidores, ou o grupo de acompanhamento e avaliação das condições de abastecimento de bens dos setores agroalimentares e do retalho”.
O socialista deu depois alguns exemplos animadores para o setor, frisando que, nos últimos anos, a taxa de crescimento das exportações tem estado “na ordem do dobro das importações, num percurso francamente positivo visando o equilíbrio” da nossa balança comercial, e ainda que o “valor do trabalho aumentou em Portugal no setor agrícola”.
“Os últimos meses expuseram o mundo, como o conhecemos, a sérias fragilidades. Para os próximos não se preveem facilidades. Uma coisa parece certa: os agricultores, os pescadores, os aquicultores, a alimentação e o setor agroalimentar permanecerão essenciais”, concluiu João Castro.
Contributo da agricultura e das pescas para o crescimento da economia
Também a socialista Lara Martinho evidenciou que a “pandemia sublinhou em particular a importância de termos um sistema alimentar sólido, que funcione independentemente das circunstâncias, que garanta o acesso a alimentos seguros e nutritivos e a preços acessíveis e sustentáveis para os cidadãos”.
“Não podemos também esquecer o contributo relevante que a agricultura e as pescas desempenham para o crescimento da nossa economia”, salientou a deputada, que defendeu o reforço deste contributo “tendo em conta o papel na produção de riqueza, na criação de emprego, na promoção dos nossos produtos, no combate às desigualdades, na garantia de um desenvolvimento coeso do território, no aumento das oportunidades e na valorização das pessoas”.
Assim, Lara Martinho pediu que se continue a apostar na inovação, uma área estratégica para o país, sendo que o “Ministério da Agricultura está a fazer uma aposta forte na criação de uma agenda de inovação para a agricultura 2030, com enfoque no reforço da sustentabilidade ambiental, económica e social”.
A promoção da produção nacional e a aposta na internacionalização também são essenciais para a parlamentar, que destacou a prioridade do Executivo na “abertura de novos mercados”: “Portugal está representado em mais de 60 países para onde pode exportar cerca de 250 tipos de produtos, e está em negociação a abertura de cerca de 60 mercados para viabilização de exportação de cerca de 300 produtos”.
Os novos fundos comunitários são outro ponto evidenciado por Lara Martinho, que afirmou que “o plano de recuperação e o novo orçamento europeu têm de materializar a relevância que estes setores demonstraram ter na resposta a esta crise”.