País está de novo a acordar para a importância da ferrovia
Pedro Nuno Santos visitou ontem as oficinas da Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (EMEF) em Guifões, Matosinhos, tendo alertado para a importância de se recuperarem as dezenas de comboios que estão “encostados” um pouco por todo o país de forma a garantir, como defendeu, que haja uma efetiva “recuperação da qualidade de serviço ferroviário em Portugal”.
Para o governante, é indispensável que o país volte a olhar para a ferrovia como um elemento estruturante do seu desenvolvimento sendo para isso determinante, como salientou, que nesta primeira fase até à chegada dos 22 novos comboios em 2023, haja a capacidade para recuperar as dezenas de composições que estão paradas e fora de circulação nas várias oficinas da EMEF no país, tendo ainda chamado a atenção para a necessidade desta empresa de manutenção de equipamentos ferroviários ter que admitir em breve novos trabalhadores.
Segundo o ministro das Infraestruturas e Habitação, esta é “a forma inteligente” que se encontrou para contrariar “o erro que se cometeu” de se “ter encostado” o material circulante ao longos de vários anos num país, como lembrou Pedro Nuno Santos, “que não é propriamente muito rico”, mostrando-se convicto de que com a reintrodução progressiva na rede ferroviária nacional de “dezenas de unidades encostadas entre locomotivas, automotoras e carruagens”, será possível alargar a oferta da CP “ao longo dos 18 meses previstos para a recuperação”.
Recuperar os Alfas
Após muitos anos de desinvestimento, como lembrou o ministro, estava na altura de inverter esta prática apostando de forma robusta na recuperação da ferrovia dando como exemplo os 10 alfas pendulares que têm vindo a ser recuperados nas oficinas do Entroncamento “sete dos quais já entretanto entregues”, estando previsto que o ciclo das “grandes reparações” dos alfas pendulares esteja concluído até março de 2020 altura em que haverá espaço, como sublinhou, para a “gestão adequada” do longo curso, evitando o cenário de comboios parados de “forma permanente” nas oficinas do Entroncamento.
O titular da pasta das Infraestruturas lembrou ainda que o Governo está a investir muito na modernização e na eletrificação da ferrovia nacional, a par da criação de “novos corredores” de ligação de Portugal a Espanha, trabalho que está a ser executado em simultâneo, como aludiu, com a recuperação e a manutenção do material circulante e da aquisição de novos comboios.
O ministro deixou transparecer alguma satisfação por começar a haver na sociedade portuguesa uma consciência mais alargada da importância da ferrovia enquanto elemento fundamental na “estruturação do território e na mobilidade sustentável”, considerando o comboio como “o transporte do futuro”.