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Os resultados deste Governo foram uma fraude

Os resultados deste Governo foram uma fraude

“Os resultados deste Governo foram uma fraude e já não há mentira que disfarce essa fraude”, afirmou ontem o Secretário-geral do PS, António Costa, que acusou Passos Coelho e Paulo Portas de formarem uma “dupla de ilusionistas” que foi “desmascarada” com o aumento do défice para 7,2%.

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Reta final

António Costa falava no jantar-comício do PS em Vila do Conde, onde voltou a referir-se aos dados divulgados nesse dia pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre a evolução do défice em Portugal que disparou para 7,2%. “Em terra de pescadores é caso para dizer que ‘pela boca morre o peixe’”, disse.

António Costa desmascarou o argumento agora invocado pelos líderes da coligação PSD/CDS, segundo o qual o acréscimo do défice afinal resultou de “um registo contabilístico” para acomodar a verba transferida pelo Estado para o Novo Banco.

“Então também não era um mero registo contabilístico quando os nossos défices aumentaram porque tivemos de registar os submarinos que Paulo Portas comprou? E não era um mero registo contabilístico quando tivemos de mobilizar dinheiro para estabilizar o sistema bancário, depois das brincadeiras e roubalheiras dos amigalhaços do BPN?”, questionou o líder socialista.

Na sua intervenção, António Costa não poupou a “dupla Passos/Portas”, referindo que o primeiro-ministro deu uma ajudazinha ao “embuste” da desvalorização do aumento do défice em 2014, ao alegar que o Estado até recebe 120 milhões de juros com a operação financeira.

“Mas quem quer Passos Coelho enganar? Quer que o país se esqueça que o dinheiro que meteu no BES é dinheiro que pediu emprestado e sobre o qual está a pagar juros. E que o Estado não está a fazer qualquer negócio, mas, antes a gastar o nosso dinheiro, o dinheiro dos contribuintes, para salvar um banco?”, perguntou.

Os ilusionistas Passos e Portas

O Secretário-geral do PS lembrou que, ainda no início deste mês, “quando o Governo tinha a expetativa de que nos ia enganar com uma venda à pressa do Novo Banco, dizia que era preciso vender rápido para não desvalorizar e para estabilizar o sistema financeiro”, mas agora, frisou, “perante o fracasso, dizem que afinal não há pressa. É preciso muita lata”.

António Costa acusou a “dupla Passos e Portas” de parecer uma “dupla de ilusionistas que, por palavras mágicas, transformam em mentira o que é verdade e em verdade o que é mentira”.

“Mas estão enganados e foram desmascarados com os dados do INE”, disse, defendendo que o Programa de Estabilidade apresentado pelo Governo em Bruxelas tem agora a sua credibilidade “ferida”, tendo “ruído como um castelo de cartas”.

Antes, o histórico autarca socialista de Vila do Conde, Mário Almeida, defendeu que nas legislativas de 4 de outubro se definirá “o destino, o futuro” de Portugal e que PSD e CDS/PP não podem ser premiados continuando à frente dos destinos do país.

“Como é que é possível que essa gente possa ser premiada e ganhar de novo as eleições?”, questionou, lembrando, a propósito, o aumento para 7,2% do défice orçamental.