O voto vale a pena para mudar as políticas
Ao discursar perante centenas de militantes e simpatizantes, em Sobral de Monte Agraço, o líder socialista assegurou que “ninguém será chamado a votar no PS sem que o PS possa garantir que cumprirá tudo aquilo a que se comprometer perante os portugueses”.
“Temos que combater esta ideia de que o voto não vale a pena, porque o voto nada muda. Não. O voto vale a pena”, afirmou o secretário-geral, deixando claro que não só o governo vai mudar, mas, essencialmente, serão as políticas as que mudarão, isto porque, sublinhou, “não estamos aqui para fazer o mesmo que a direita faz”.
Aos dirigentes federativos e concelhios do PS presentes na sessão da iniciativa “Mobilizar Portugal”, o líder socialista instou à mobilização geral para as legislativas.
“Devem chamar toda a gente e o PS tem que estar aberto”, vincou, lembrando que “todos nós encontramos no nosso dia-a-dia muitos daqueles que estão desiludidos, que durante anos votaram no PSD, muitos até votaram no CDS, e sentem-se agora enganados, traídos”. É a todos esses que nos temos de dirigir”, disse, criticando o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, por errar nas prioridades.
Os problemas são o desemprego e a precariedade
A este propósito, destacou que Passos Coelho teima em se preocupar com os custos do trabalho para as empresas (TSU). Mas, apontou António Costa, “os verdadeiros problemas do nosso mercado de trabalho chamam-se desemprego e precariedade”, esses sim, são custos “graves aos quais é preciso dar resposta”.
Neste ponto, o secretário-geral do PS lembrou que “Portugal é dos países de toda a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) em que os trabalhadores mais suportam com impostos e com contribuições para a Segurança Social os custos de funcionamento do Estado”.
“Convém ter a noção de que somos o quarto país onde os salários mais foram reduzidos durante os últimos anos e onde a pobreza não atinge só as pensões de miséria ou quem está no desemprego. 10% das pessoas que trabalham estão abaixo do limiar da pobreza”, acrescentou.
Depois de salientar que “o nível de emprego está ao nível de há duas décadas atrás” e que “a queda no investimento privado está ao nível da que havia em 1984”, António Costa descreveu a emigração como “a melhor marca do retrocesso” do país.
“É preciso recuar a 1966 para se ter tantos portugueses a emigrar como os que emigraram em 2013”, disse, advogando contrariar a tendência com a criação de emprego, permitindo assim travar a sangria de mão-de-obra qualificada.