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O tempo exige compromissos

O tempo exige compromissos

O Executivo PSD/CDS falhou por completo as metas do défice em 2011, 2012, 2013 e em 2014, incumprimento que poderá verificar-se de novo em 2015, advertiu o ministro dos Negócios Estrangeiros no encerramento do debate do programa do XXI Governo Constitucional. Augusto Santos Silva defendeu que o país precisa agora “de reunir o que foi dividido” e que este é um tempo que exige compromissos.

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O tempo exige compromissos

Apesar da irresponsabilidade e da incompetência da coligação de direita ao não ter conseguido cumprir a meta do défice nos quatro anos e meio em que esteve à frente dos destinos do país, o novo Executivo liderado por António Costa, garantiu Augusto Santos Silva, tudo fará, no “escasso mês em que pode intervir”, para que Portugal feche 2015 com um défice abaixo dos três por cento do PIB, “libertando assim o país do procedimento por défice excessivo da União Europeia”.

Defendendo que o “tempo não está para radicalizações mas para compromissos”, sugerindo mesmo aos partidos da direita que “revoguem sem delonga” o ressentimento que têm manifestado para com a nova realidade política, porque “o tempo não é de crispação”, o novo inquilino do Palácio das Necessidades deixou contudo sérios avisos à oposição de direita para que não se esqueçam da difícil conjuntura económica e financeira em que deixam o país.

A este propósito, Augusto Santos Silva fez questão de lembrar a PSD e CDS que “falharam todas as metas”, lamentado que, agora que estão na oposição, apenas mostrem disponibilidade para “promoverem a instabilidade” designadamente, como realçou, quando destacados dirigentes da direita insistem na convocação de novas eleições, tendo perguntado se a direita, neste caso e “à cautela” não quer também “partir para as urnas já com os resultados previamente fixados”.

Segundo o ministro Santos Silva, o que país precisa agora é de “reunir o que foi dividido” e “superar o ressentimento”, apelando à direita para que encontre os “compromissos” necessários, não só para “virar a página da austeridade”, mas também mostrando abertura para inverter o “desprezo e a indiferença” pela concertação social e pela contratação coletiva, abandonando a autossuficiência política e mostrando disponibilidade para “estabelecer pontes e fazer acordos”.

Sugeriu por isso à direita que não insista nas “interpretações judiciosas” do programa do Governo e que deixe de lado o “nervosismo” e a preocupação que têm demonstrado com o “alegado peso excessivo do incentivo ao consumo, à consolidação orçamental ou à estabilidade governativa”, recordando que a pluralidade do Executivo do Partido Socialista, com o apoio parlamentar dos partidos à sua esquerda, “não é um obstáculo, antes o alimento da ação”, reiterando que a delicadeza da situação torna indispensável “uma cultura política assente no diálogo, na concertação e no sentido do compromisso”.