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O SEU VOTO CONTA

O SEU VOTO CONTA

O dia decisivo aproxima-se. O dia em que cada português tem de escolher entre António Costa e Passos Coelho. O dia em que cada um de nós, com o seu voto, vai decidir o modelo de desenvolvimento do país e as condições de governabilidade. O que está em causa no próximo dia 4 de outubro é o nosso futuro. De cada um de nós e do país.

Opinião de:

O SEU VOTO CONTA

Há dias, numa ação de campanha na feira medieval de Queluz, Sintra, uma das muitas mulheres com quem falei, desencantada, disse-me que nunca mais iria votar, que estava farta de ser enganada. Compreendendo o seu estado de espírito, lembrei-lhe que nos regimes ditatoriais não há eleições livres, só nas democracias e que muita gente deu a vida pelo direito ao voto. Em Portugal, acrescentei, só em 1931, foi reconhecido esse direito às mulheres “chefes de família” e, em 1968, às que sabiam ler e escrever. Só com o 25 de abril, o acesso ao voto se generalizou a todos os cidadãos sem restrições. Acrescentei que votar é um direito que não pode ser delegado e um poderoso instrumento de transformação e mudança política. A resposta da minha interlocutora foi animadora: “tem razão, nunca tinha pensado ‘nisso’ desse modo, vou pensar”.

Naquele momento senti vontade de escrever uma carta às mulheres do meu país. Vontade que as inaceitáveis declarações de Paulo Portas reforçaram. Não admira que as mulheres estejam desiludidas com os políticos e com as políticas de austeridade de que têm sido as principais vítimas. Persistem as discriminações: ganham menos que eles; progridem menos na carreira; são penalizadas por serem mães; estão mais sujeitas ao trabalho precário; têm mais dificuldade em conciliar a vida familiar com a profissional, etc. Há políticos, como o vice-primeiro-ministro, que reduzem a mulher à sua dimensão familiar e não lhes reconhecem valor acrescentado na economia e na sociedade. E ainda não perceberam que a compatibilização entre as diferentes vertentes da vida das mulheres é uma questão política e socialmente relevante. As mulheres portuguesas têm memória. Sabem o que passaram nestes quatro anos de governo de direita e não se deixam seduzir pelo canto de sereia da dupla Passos e Portas. Sabem que, com eles, os progressos resultantes de anos de luta podem regredir, como aconteceu com a lei da IVG. E sabem que foram os governos socialistas que aprovaram legislação contra todas as formas de discriminação e que o PS tem sido o grande promotor da igualdade entre homens e mulheres.                   

As portuguesas e os portugueses merecem um primeiro-ministro competente e com sensibilidade social. Com provas dadas. Com obra feita. Respeitado cá dentro e lá fora. Portugal precisa de um primeiro-ministro de confiança: António Costa.