O PS é muito diferente da direita
Depois de acusar a direita de andar apostada em criar na opinião pública, com o processo da Grécia, uma “espécie de vacina” contra os partidos que defendem políticas contra a austeridade, o líder parlamentar do PS defendeu que “é preciso evitar confusões”, garantindo que o PS “não é o Syriza”.
Lembrou aos mais distraídos que o PS é um partido de centro esquerda que nada tem a ver nem com as propostas, nem com as soluções, nem tão pouco com os caminhos sugeridos e propostos na Europa pelo Governo grego.
Ferro Rodrigues não deixou de acusar também o PCP e o BE por insistirem em fazer “pura demagogia”, ao porem no mesmo saco as políticas de direita e as propostas do PS, lamentando que os socialistas tenham à sua esquerda quem procure manipular a realidade.
Afirmar que PS e a direita são tudo a mesma coisa, disse Ferro Rodrigues, e classificar os socialistas como fazendo parte da “troica portuguesa”, não só é falso e mesmo ofensivo, “porque o PS é muito diferente da direita”, como vem provar que a atual composição da Assembleia da República “já não corresponde à correlação de forças do país”.
Defendeu a necessidade de o PS fazer consensos “no dia seguinte às eleições”, mas não com quem se põe de fora do “projeto europeu nem com os que defendem uma política de austeridade”.
Quanto à versão do primeiro-ministro e do vice-primeiro-ministro sobre a actual situação económica e social de Portugal, o antigo Secretário-geral socialista lamentou a “história da carochinha” contada pelo Governo, recordando que a realidade das famílias portuguesas desmente todos os dias o tão apregoado final feliz desta legislatura.
Disse ser falso que tivesse sido o PS a chamar a troica, garantindo que PSD e CDS-PP foram os únicos responsáveis pelo aparecimento dessas organizações internacionais em Portugal, tendo mesmo a direita na altura, como recordou, comemorado o acontecimento e prosseguido nos anos que se seguiram no Governo políticas que foram “muito além das propostas pela troica”.