O PS de hoje é o PS de sempre: europeu, social-democrata, moderado e reformista
Para o líder do PS, que falava ontem em Guimarães num jantar comemorativo do terceiro aniversário do Governo, evento que contou com a participação de mais de 1.300 militantes, o Partido Socialista mantém a coerência de sempre do seu programa, designadamente, como referiu, na vontade de aprofundar a construção europeia, atribuindo o “sucesso” da atual estabilidade governativa ao facto de os partidos com maioria parlamentar “terem sabido preservar a sua identidade própria”.
Segundo António Costa, esta tem sido aliás a marca de água do êxito governativo nestes últimos três anos, lembrando a coerência e a estabilidade que tanto o PS como os partidos à sua esquerda têm sabido preservar, “respeitando as diferenças” sem, contudo, ninguém ter deixado de “cumprir com o que acordamos uns com os outros”.
A ideia peregrina que existiu em certos meios políticos, dentro e fora de Portugal, de que o PS corria o risco de perder a sua identidade e coerência por ter apoiado e dinamizado uma solução governativa sustentada parlamentarmente em partidos com visões negativas sobre a União Europeia, está hoje, para António Costa, absolutamente desfeita, lembrando a este propósito o líder do PS e primeiro-ministro o sucesso que as políticas do Governo têm vindo a alcançar nos últimos três anos, quer a nível económico, quer social, garantindo que o PS continua a ser “o partido de sempre, o PS de Mário Soares e dos nossos fundadores, da democracia, da liberdade, da justiça social e da Europa”.
Segundo António Costa, se há uma realidade política que nunca foi para si problemática ou que merecesse da sua parte ou do Governo qualquer dúvida, é a “matriz europeia do PS”, salientando que se tivesse que escolher entre ser Governo ou continuar na União Europeia, a escolha seria clara e sem qualquer hesitação: “seria a de manter Portugal na União Europeia”, porque é aqui, como salientou, que “os socialistas acreditam que podemos construir o nosso futuro”.
O êxito das contas certas
Sobre estes últimos três anos de Governo, António Costa referiu-se ao que designou como sendo os “vários feitos do Executivo”, elencando áreas como a educação, a saúde ou a redução do défice, mas também o aumento da salário mínimo nacional, frisando ser ainda preciso “continuar a ter boas finanças públicas e contas certas” e prosseguir com o “investimento na qualidade da escola pública e no Serviço Nacional de Saúde”, porque os portugueses “não podem perder nada do que reconquistámos nestes três anos”.
O líder socialista referiu ainda que 2017 foi o primeiro ano em que se registou uma inversão do saldo migratório, algo que não acontecia, como lembrou, desde 2008, o que é uma demonstração clara e um indicador, também da parte dos mais jovens que se viram obrigados a emigrarem durante a governação da direita, da “confiança e da esperança” que têm no futuro do país e na sua economia, lembrando António Costa que em 2017 saíram de Portugal menos 20 mil pessoas e entraram mais 17 mil pessoas do que em 2015”, uma realidade que, na sua perspetiva, significa que as pessoas “deixaram de pensar que só lá fora podiam realizar o seu futuro”.
O líder socialista teve ainda ocasião de apelar aos muitos militantes presentes neste jantar em Guimarães, apelo que foi igualmente extensivo a todos os militantes e simpatizantes socialistas de todo o país, para “reforçarem a confiança no PS”, não deixando de participar ativamente nas próximas eleições europeias, regionais da Madeira e legislativas, sustentando ser fundamental que o PS continue a ser a força política mais forte e representativa dos portugueses, “porque é o PS que na sociedade portuguesa é a força reformista e de equilíbrio, que sabe compatibilizar a rutura da austeridade com a participação na União Europeia”.