O PS continua a ser o garante da credibilidade do país
Para o Secretário-geral do PS, que discursava em Campo Maior, num jantar com militantes e simpatizantes socialistas, no âmbito de uma ação de pré-campanha para as eleições europeias, se PSD e CDS “votaram sem saber o que estavam a fazer” ou se, entretanto, se “arrependeram do que votaram”, o remédio agora, sustentou o líder socialista, é inverterem a decisão que tomaram e votarem contra a proposta quando o diploma chegar a plenário, “emendando assim o erro que cometeram”.
O Parlamento aprovou na especialidade, na passada quinta-feira, com os votos a favor de todos os partidos exceto o PS, uma alteração ao decreto do Governo que propõe uma recuperação do tempo de serviço dos professores de dois anos, nove meses e 18 dias, para uma contagem integral de nove anos, quatro meses e dois dias, proposta que a ser aprovada, segundo o primeiro-ministro e líder do PS, “iria pôr em causa as finanças públicas” e a “credibilidade internacional do país”.
Para António Costa, os portugueses e os professores em particular não se devem deixar enganar por uma proposta que, caso fosse em frente, teria um “enorme impacto orçamental”, ao contrário do que insensatamente se afirmou, desaconselhando o líder socialista que a direita e os partidos à esquerda do PS deixem de falar em “travões e em condicionantes”, porque verdadeiramente esta proposta mais não representa do que “uma mão cheia de nada para os professores e de uma enorme conta calada para todos os portugueses terem de pagar”.
Lamentando a “aliança contranatura” que se formou no Parlamento, pelos partidos à direita e à esquerda do PS, em relação ao diploma dos professores, António Costa fez questão de aludir que foram os partidos da direita, PSD e CDS-PP, “os campeões da austeridade”, acrescentando que a “bomba orçamental” que ajudaram a aprovar implicará, caso vá em frente, entre este ano e o próximo um “aumento da despesa em 340 milhões de euros”, sendo que, no futuro, como também referiu, esta despesa aumenta em mais de 800 milhões de euros de “forma certa, permanente e em cada ano”.
Trata-se de uma proposta que, na perspetiva do líder socialista, “põe em causa a governabilidade do presente e condiciona de forma inadmissível a governação do futuro”, algo que António Costa garantiu não estar disposto a acompanhar, lembrando que o Governo que lidera quer continuar a ser, como até aqui, o garante para os portugueses de que mantém o compromisso de romper com a austeridade, mas também de assegurar as contas certas e a “credibilidade internacional de Portugal”.
Pedro Marques: direita tem de ser penalizada nas urnas
Também o candidato e cabeça de lista do PS às europeias, Pedro Marques, interveio para criticar os partidos da direita em relação ao diploma dos professores, salientando que a “direita também tem de ser derrotada” nas eleições do próximo dia 26 de maio.
E uma boa justificação para que a direita perca de forma clara as próximas eleições para o Parlamento Europeu, na opinião de Pedro Marques, prende-se com o facto de, nesta pré-campanha eleitoral para as europeias, não se ter ouvido da parte dos partidos da direita nada de substancial para além de uma proposta que é “uma bomba orçamental” de 800 milhões de euros sobre o Orçamento do Estado, uma “verdadeira irresponsabilidade”, que segundo o candidato socialista “tem de ser “combatida, denunciada e penalizada nas urnas”.