home

25 de Abril: O povo sai à rua enquanto o Governo fica à janela

25 de Abril: O povo sai à rua enquanto o Governo fica à janela

O Secretário-Geral do Partido Socialista afirmou que, “51 anos depois, a democracia portuguesa vive um paradoxo entre uma maior exigência de transparência e um sentimento de desilusão”, dado que “é hoje mais exigente do que alguma vez foi” e “sujeita os políticos a um maior escrutínio”, o que lhes impõe “um maior nível de transparência e de integridade ética do que em qualquer outro momento da história”.

Publicado por:

Acção socialista

Ação Socialista

Órgão Nacional de Imprensa

O «Ação Socialista» é o jornal oficial do Partido Socialista, cuja direção responde perante a Comissão Nacional. Criado em 30 de novembro de 1978, ...

Ver mais

Notícia publicada por:

“Este imperativo democrático de maior transparência é incompatível com comportamentos de opacidade e de ocultação” e “torna insuportável a constante chantagem e infantilização dos portugueses”, defendeu Pedro Nuno Santos na sessão solene, na Assembleia da República, de comemoração do 25 de Abril.

O Secretário-geral do PS começou, na sua intervenção, por acusar o Governo de “desvalorização” e “desrespeito para com os portugueses” ao cancelar as celebrações da “data maior da nossa democracia”, o que é “sobretudo, o reflexo de um Governo desligado do sentimento popular”. “Hoje, o povo sai à rua, enquanto o Governo fica à janela”, criticou.

O Secretário-Geral do PS referiu depois que “é inegável que muitos portugueses estão desiludidos com os salários que recebem, com o custo de vida que têm de suportar e com a falta de oportunidades dos seus filhos”.

“Esta desilusão gera descrença num projeto democrático coletivo e contribui para o crescimento de um individualismo exacerbado”, lamentou, considerando que responder às promessas e aos desafios do 25 de Abril “é também saber como lidar com este sentimento de desilusão”.

A lembrar que “conhecemos bem as respostas das diferentes direitas”, Pedro Nuno Santos apontou que “a extrema-direita não faz outra coisa que não seja explorar e ampliar a desesperança e a legítima indignação de muitos portugueses”, dedicando-se a “parasitar as desilusões do povo”, alimentando “o ódio, a berraria e o desrespeito por todos”. “Para lá do ódio, só resta o deserto de ideias”, acusou.

“Por outro lado, a direita conservadora e liberal invoca e usa a classe média e as suas legítimas aspirações para no fim acabar a governar para uma minoria”, criticou, sublinhando que “reduzir impostos aos que mais ganham, reduzir o contributo fiscal das empresas para o bem comum, financiar o negócio privado da saúde com recursos públicos e entregar parte do sistema público de pensões aos humores do mercado é proteger quem mais tem e quem menos precisa de ser protegido”, reduzindo, assim, “a capacidade do Estado para responder às necessidades de todos”.

“Ambas as respostas da direita retiram força ao projeto democrático coletivo que é a maior promessa de abril – a construção de um país para todos”, assinalou, defendendo que “um projeto para todos é muito diferente e muito mais ambicioso do que um projeto centrado na exploração do ressentimento ou na defesa do privilégio”.

Pelo contrário, o Secretário-Geral do PS destacou que celebrar Abril é “combater de frente a pobreza e a desigualdade, não é esconder os pobres”, é “celebrar quem trabalha, não é condená-los à penúria”, é “aceitar a diferença, não é estigmatiza-la” e é “acolher bem quem vem de longe trabalhar connosco, não é odiá-los”.

Para Pedro Nuno Santos, celebrar Abril é ainda “ensinar os nossos filhos rapazes a respeitar as colegas, como iguais”, é “combater a violência doméstica, não é ignorá-la ou relativiza-la” e é também “celebrar o Papa Francisco, a sua memória, a sua vida e a sua mensagem”.

ARTIGOS RELACIONADOS