home

O país vai ser capaz de cumprir a esperança

O país vai ser capaz de cumprir a esperança

O anúncio de um conjunto de medidas governativas, como um novo programa de educação para adultos e uma nova prestação social para cidadãos com deficiência, foi feito por António Costa no encerramento do 21º Congresso Nacional, onde elogiou o ministro da Educação pela defesa da escola pública e coragem para enfrentar os lóbis.

Notícia publicada por:

O país vai ser capaz de cumprir a esperança

Num discurso em que fez questão de salientar o seu lado otimista mas que conhece as dificuldades do país, o Secretário-geral do PS afirmou ter “confiança que com as políticas certas é possível obter os resultados desejados”.

Segundo sublinhou António Costa, “o país vai ser capaz de vencer a crise se tiver a capacidade em manter firme um rumo no médio e longo prazo, se for capaz de assegurar estabilidade política para executar um programa de recuperação económica e ainda se for capaz de um diálogo político e social”.

Na sua intervenção, o líder do PS anunciou a criação do programa “Qualifica”, destinado à qualificação de adultos, que “não será uma bandeira de ninguém, mas uma bandeira de todos”. Neste domínio, António Costa lembrou que entre os 25 e os 64 anos cerca de 55% dos cidadãos não completaram o ensino secundário, o que constitui “o maior défice do país” e entrava qualquer aumento significativo da competitividade do país.

Enfrentar os lóbis

Depois de anunciar manuais escolares gratuitos para quem iniciar o 1º ciclo do ensino a partir do próximo ano letivo, financiados pelos cortes nos contratos de associação com as escolas privadas, o líder socialista do executivo afirmou: “É por isso que temos um ministro que tem a coragem de enfrentar os lóbis e dizer que o dinheiro tem de ser bem gerido e deve ser aplicado onde é necessário”.

A propósito, lembrou o que se passou com António Arnaut, então ministro dos Assuntos Sociais de um Governo de Mário Soares, quando avançou com a criação do Serviço Nacional de Saúde (SNS) em 1978.

“Acho graça, porque às vezes ouço dizer que o PS está num desvio radical e esquerdista, quase querendo competir com o Bloco de Esquerda. Mas, como já ando aqui há muitos anos e sempre fui um moderado social-democrata, recordo-me sempre que tudo aquilo que ouço agora dizer sobre Tiago Brandão Rodrigues não é sequer metade do que disseram quando António Arnaut lançou o SNS”, disse.

Na sua intervenção, além de ter anunciado projetos para aumentar a área de regadio em cerca de 90 mil hectares, multiplicando pelo país “pequenos Alquevas”, destacou também a criação de uma nova prestação social destinada a pessoas com deficiência para colmatar necessidades relacionadas com a educação e a saúde, assim como outras carências.

No plano económico, o Secretário-geral do PS destacou o lançamento do programa “Industialização 4.0” e outro destinado às “startups”.

Mais descentralização

No seu discurso de cerca de uma hora, António Costa falou ainda de outro “compromisso fundamental” para a coesão e desenvolvimento do país, a descentralização”, que classificou como “pedra angular do Estado.

Nesse sentido, defendeu o reforço das competências dos municípios e freguesias, a eleição direta dos presidentes das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto e ainda que os presidentes das CCDR passem a ser eleitos pelos autarcas da respetiva região.