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O país definha e o Governo comemora

O país definha e o Governo comemora

O líder parlamentar do PS acusou hoje o primeiro-ministro de comemorar enquanto o país definha, desafiando-o a enviar para Bruxelas a alteração ao Programa de Estabilidade, onde está previsto o corte de 600 milhões de euros na Segurança Social.

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O país definha e o Governo comemora

Na sua intervenção no debate quinzenal na Assembleia da República, Ferro Rodrigues começou por rebater os argumentos do primeiro-ministro de que os bons resultados estão á vista, acusando-o de continuar numa lógica de “auto-elogio”.

“Os resultados estão à vista. Ficaram à vista dois resultados muito importantes: os da população publicados pelo INE e sobre os sistemas de saúde”, contrapôs, citando vários indicadores negativos divulgados recentemente pelo Instituto Nacional de Estatística sobre a evolução demográfica em Portugal e pelo Observatório Português dos Sistemas de Saúde, para concluir que “há uma degradação enorme dos indicadores demográficos”.

“O país do Presidente da República e do Governo definha e os senhores comemoram”, acusou Ferro Rodrigues, depois de ter desafiado Passos Coelho a dizer quando vai enviar para Bruxelas uma revisão do Programa de Estabilidade, “já que o Governo diz que não vai afinal cortar 600 milhões de euros nas pensões”.

O líder da bancada do PS colocou depois uma série de questões ao primeiro-ministro sobre o processo de privatização da TAP, começando por lhe perguntar se “será um mito urbano” a afirmação feita por Passos Coelho, em 2010, segundo a qual seria “criminosa uma política de privatizações se visasse apenas vender ativos para arranjar dinheiro”.

“Mas é isso que os senhores estão a fazer com a TAP agora”, afirmou, perguntando depois a Passos Coelho se “é ou não verdade que o Estado vai negociar previamente a dívida e que garantirá essa dívida, como disse o ministro da Economia?”

“É ou não verdade que o Estado vai dar apoio significativo aos contingentes e aos processos legais, laborais e fiscais da empresa da empresa de manutenção do Brasil (VEM)? É verdade que o consórcio se propõe vender ou ceder a posição da TAP relativamente aos novos aviões A350, abdicando de voar para a China?”, questionou ainda.

“Quando há perguntas concretas e não quer responder isso é que é altamente suspeito”, devolveu depois Ferro Rodrigues, face à falta de respostas de Passos Coelho que preferiu antes acusar o PS de lançar suspeições.