O essencial
Ora a coligação fez quase tudo ao contrário do que prometera. Achou que a fome daria fartura, que o emprego era um privilégio a emagrecer, para que, aflitos, os trabalhadores aceitassem piores condições, como se tivessem sido privilegiados e abusadores. Que as pessoas eram dispensáveis e que havia doutores a mais a sair das universidades e politécnicos, não havendo mal em que emigrassem, mesmo os que cá eram necessários. Que o respeito pelas pessoas seria substituído pela compaixão assistencialista. E finalmente, que governar não era para o bem do Povo mas sobretudo para que os de fora verificassem como servilmente nos dobrávamos às suas imposiçôes, mesmo as mais irracionais. Na ilusão do passado errado de um histórico desamor à Pátria.
Todas estas malfeitorias ocorreram e não foram esquecidas, nem as devemos apagar da memória. Mas outra coisa é como construir o futuro. Para tal, temos que apresentar propostas, atores, recursos que criem a confiança nos socialistas. Que demonstrem ao Povo que não somos mentirosos, não prometemos o impossível, não queremos governar para destruir o passado, só porque este não teve a nossa marca. Respeitamos o que de bem se fez, mas denunciamos erros e maldades. Sobretudo apresentamo-nos com um programa bem pensado e viável e não apenas com palavras. Que temos confiança nas nossas capacidades e temos ganas para as incutir naqueles que estamos dispostos a servir. Não necessitamos mais de andar a responder a cada estatística do Governo com outra estatística. O Povo não vive de estatísticas e cada jovem à procura de emprego ou cada pai e mãe desempregados sabem bem o que querem, trabalho para gerar riqueza. Justamente o que a coligação lhes tirou e agora protesta devolver, mas muito devagar. O Povo sabe que a coligação mentiu e continuará a mentir e a enganar, se a deixarem lá ficar. Não são de confiança.
Ora o nosso melhor capital é a confiança em António Costa, como o demonstram todas as sondagens. A campanha não precisa de se espanejar mais à volta de argumentos quantitativos, demonstrações dos erros ocorridos há dois anos atrás, ou de julgamentos de caráter. A nossa bandeira deve ser Costa, a nossa couraça a confiança e a nossa arma a verdade, qualidade do Programa e a equipa que reunimos. Isso será o essencial.