O CONGRESSO DO TEMPO NOVO
Os congressos são momentos importantes na vida dos partidos. Para debater e aprovar a orientação política. Para ouvir os militantes e através deles sentir o pulsar do país. Para prestar contas e perspectivar o futuro. Em suma, os congressos são momentos únicos de afirmação externa e de reforço da coesão interna.
Este é o congresso do tempo novo da política portuguesa. O primeiro depois da formação do governo do PS, apoiado pela maioria parlamentar de esquerda saída das eleições de 4 de outubro, que pôs termo a quatro anos de sobressalto e instabilidade para as famílias e para as empresas. Um governo que, em apenas seis meses, provou que é possível fazer diferente e melhor e devolver a tranquilidade e a esperança aos cidadãos. Um governo que coloca as pessoas no centro das preocupações da vida política, cumprindo os compromissos eleitorais, no respeito pelos acordos firmados com os parceiros parlamentares, sem pôr em causa a pertença ao euro e a sustentabilidade das contas públicas.
Os que no PS questionam esta opção não ignoram que a alternativa era um governo da direita sancionado pelos deputados socialistas. O PS seria então o único responsável pela continuação do governo da direita, numa clara traição à sua história e ao seu compromisso com os eleitores.
“Precisamos de homens que consigam sonhar com coisas que nunca foram feitas”, afirmou John Kennedy. O secretário-geral do PS, António Costa, não se limitou a sonhar, conseguiu concretizar o que outros líderes antes dele haviam sonhado e que muitos julgavam impossível: unir as esquerdas parlamentares no apoio a uma solução governativa para virar a página da austeridade e devolver a confiança aos portugueses.
No discurso académico e mediático, é recorrente o anúncio do declínio dos partidos nas democracias modernas. Há quem invoque a diminuição dos níveis de filiação partidária e a redução da própria participação política dita “convencional”. Argumentam outros com o aumento da desconfiança dos cidadãos em relação à atividade política e aos políticos em geral. Esta descrença na política aumenta as responsabilidades dos socialistas.
O PS é um grande partido, uma referência de democracia, abertura e estabilidade. O PS está consciente das suas obrigações, preparado e disponível, como sempre, para dar o seu melhor ao serviço do país. Com o CDS/PP numa deriva demagógica e populista e o PSD agarrado ao passado e refém das pressões das suas clientelas, os portugueses reconhecem no PS a força política com sentido de responsabilidade e que coloca o interesse nacional acima de tudo. Os portugueses sabem que podem contar com o PS.
Sem confiança nas capacidades dos portugueses e no futuro do país e sem confiança dos outros em nós, não venceremos os desafios que temos pela frente. Sem confiança não há esperança, como assegura Tony Judt: “a confiança e a cooperação foram as componentes fundamentais do Estado moderno, e quanto mais confiança havia, mais bem sucedido era o Estado”. Confiança para cumprir a alternativa e consolidar a esperança para melhor defendermos o interesse nacional.