O ano de todas as oportunidades
Não foi fácil estancar a hemorragia de vontade e de capital social provocada pela direita cessante, mas o Governo conseguiu fazê-lo, recuperando a esperança e a confiança dos portugueses no futuro do País.
Não foi fácil confrontar a União Europeia com as distorções das suas análises e propostas, mas o Governo conseguiu fazê-lo ganhando espaço negocial e integrando uma coligação de Países que aposta na mudança das estratégias e prioridades da União.
No próximo ano político é fundamental consolidar a esperança e o posicionamento de Portugal na UE num quadro de previsível hostilidade dos arautos nacionais e europeus das fracassadas políticas de empobrecimento.
É também necessário aprofundar a plataforma de partilha entre o PS e os portugueses, que permita conduzir a uma vitória sólida nas eleições autárquicas no final de 2017.
Significa isto que as reformas estruturais enunciadas no Programa Nacional de Reformas (PNR 2016/2020) terão que ter uma concretização profunda e sincronizada, ultrapassando bloqueios, afirmando escolhas, desatando os nós dos que preferem mudar os discursos a mudar as práticas concretas.
Não há que hesitar porque não há alternativa com probabilidades de sucesso. Não fazer as reformas enunciadas não permitirá assegurar a sustentabilidade macroeconómica, num mundo em profunda mudança.
Temos que aproveitar as oportunidades. Temos que valorizar o território e modernizar o Estado para tornar mais efetivas e ágeis as diversas plataformas da governação democrática, focando a ação nos cidadãos e nas suas necessidades e atacando os desperdícios de recursos que são fundamentais para alavancar as políticas estruturantes.
Temos que qualificar os portugueses e apostar na inovação na economia para gerar as competências necessárias para que Portugal se afirme como um laboratório vivo da economia colaborativa do futuro, na energia, nos serviços digitais, na nova indústria e em todos os sectores em que Portugal pode potenciar a sua localização estratégica e a criatividade das suas gentes.
São desafios difíceis sem dúvida, mas são grandes oportunidades de fazer diferente e mobilizar Portugal para vencer.