Novo Governo para uma Nova Europa II
Sem uma estratégia clara no plano nacional, que fosse além da obsessão orçamental e da competitividade pelo empobrecimento generalizado, os governos de Passos Coelho tiveram uma atitude passiva na União Europeia, opondo-se a todas as mudanças que pudessem favorecer o crescimento e o emprego, mesmo aquelas que no plano prático acabaram por beneficiar Portugal e aliviar os constrangimentos financeiros e económicos da Zona Euro.
Esta atitude de subserviência ao “protetorado” poderá ter dado conforto aos tutores, mas tornou o País irrelevante nas grandes decisões no Plano Europeu. Ora, em momentos de crise e de decisão difícil, quem fica parado ou finge de morto atrapalha mesmo os seus aliados. Foi o que aconteceu muitas vezes no ciclo governativo que agora cessou.
Neste quadro são elevadas as expectativas em relação ao novo Governo Português. Grandes decisões no domínio da União da Energia, da União Digital, da União Económica e Monetária e dos Tratados Comerciais, para além da urgência absoluta da resolução da crise dos refugiados e das ameaças à coesão e á segurança interna, implicam uma participação ativa de todos os membros, cada um dando o seu contributo para uma solução partilhada.
O Novo Governo tem, como tem sido várias vezes referido, uma legitimidade total e respaldada particularmente na frente parlamentar. Sendo essencial e determinante a frente parlamentar nacional no quadro da Assembleia da República, contará também, estou certo, com a cooperação e o apoio das instituições europeias e em particular do Parlamento Europeu.
A nova Europa precisa de um governos ambiciosos e audazes. São eles que criam as dinâmicas que fazem das crises, oportunidades de progresso sustentável.