Novo clima político abre caminho a oportunidades de investimento
Durante a visita que efetuou à futura unidade hospitalar, António Costa considerou decisiva a cooperação de Portugal com Angola, referindo a propósito que ela merece “todos os elogios” pelos muitos resultados positivos que tem vindo a apresentar a nível da construção de infraestruturas rodoviárias, mas também, como salientou, no “desenvolvimento de equipamentos de saúde”, sustentando que Portugal não deve desperdiçar em caso algum “uma única oportunidade de lançar novos projetos a partir de novos investimentos”.
Questionado sobre o regresso de muitos cidadãos nacionais a Portugal, depois de terem estado largos anos a trabalhar em Angola, o primeiro-ministro salientou que “alguns voltam por boas razões”, apontando como principal causa a “retoma da atividade económica no país”.
Antes desta visita, António Costa esteve presente num almoço informal com vários dos ministros do Governo angolano e com o governador do Banco Nacional de Angola, oportunidade aproveitada para abordar as novas leis angolanas do investimento e da concorrência, que em breve entrarão em vigor, assim como a forma como decorreram as negociações de Angola com o Fundo Monetário Internacional (FMI), tendo o primeiro-ministro considerado este almoço como um sinal do “novo clima político” que atualmente se vive entre os dois países.
Resolução de pagamentos a empresas portuguesas
No primeiro dia de visita a Luanda, o líder do Governo português manifestou ainda confiança que muito em breve possam ser encontradas as soluções para a regularização das dívidas de entidades públicas angolanas a empresas portuguesas, lembrando que a vida dos países, tal como a vida das pessoas, “não é sempre linear”, não deixando de sublinhar que tem encontrado por parte das autoridades angolanas “grande preocupação, interesse e motivação” para que esta questão das dívidas, mas também outras questões pendentes, “sejam resolvidas e ultrapassadas.
António Costa lembrou ainda que, tal como a economia portuguesa atravessou uma grave crise entre 2011 e 2014, durante os anos da troica, período em que muitas empresas portuguesas encontraram em Angola uma oportunidade de trabalho que Portugal não lhes deu, também Angola foi vitima da queda do preço do petróleo nos mercados internacionais, com um “impacto significativo para a sua economia”, sustentando o primeiro-ministro que os “amigos resolvem com amizade as questões que se colocam”.