Novas tecnologias são fundamentais para contrariar baixa densidade do interior
Intervindo na ‘Portugal Smart Cities Summit 2020’, que hoje teve início em Lisboa, reunindo entidades, autarcas e empresas, Alexandra Leitão considerou que a tecnologia e a digitalização são “instrumentos fundamentais” para contrariar a baixa densidade populacional no interior do país e “solucionar problemas tão prementes como a carência de habitação, a melhoria da mobilidade e o limite de recursos disponíveis – água, energia e espaço – nos grandes centros urbanos”.
Entre os exemplos apontados pela governante, está “a deslocalização dos serviços públicos para o interior, seja através da portabilidade dos postos de trabalho, do teletrabalho ou funções de ‘coworking’ partilhadas entre a administração central e local”, medida prevista na estratégia para a inovação e a modernização do Estado e da administração pública para o período 2020/2022.
Na sua intervenção, Alexandra Leitão realçou também o compromisso do Governo com a progressiva descarbonização do setor público, com uma meta de redução de 30% dos consumos de energia nos serviços e organismos até 2023, que afirmou constituir “um objetivo ambicioso”.
Neste âmbito, referiu a criação do novo portal da Plataforma de Interoperabilidade da Administração Pública, lançada em junho com 123 entidades públicas e privadas, que veio permitir a troca de informações entre serviços no âmbito, por exemplo, do ciclo de vida do cartão de cidadão, a atribuição automática de bolsas do ensino superior, o envio de prescrições médicas para o telemóvel, ou que a tarifa social de energia fosse atribuída de forma automática a mais de 800 mil famílias.
“Isto depois é convertível em números, que são muito expressivos. Seis mil milhões de euros em poupança para o Estado e 400 milhões de horas em poupança de tempo para os cidadãos desde 2007. Em termos de sustentabilidade, neutralizamos 462 toneladas de carbono, ou seja, 30 mil árvores nos últimos 13 anos foram poupadas em papel”, disse, sublinhando também que a necessidade de uma Administração Pública inteligente “foi particularmente sentida nos últimos tempos”, em contexto de pandemia.
“É necessário reforçar o caminho que tem vindo a ser trilhado em conjunto por todos, para cidades que há muito apostam na mobilidade inteligente com projetos inovadores dos ciclos urbanos e que estão à frente na linha da descarbonização e da transição energética”.
A ‘Portugal Smart Cities Summit 2020’ decorre entre hoje e quinta-feira no Centro de Congressos de Lisboa, para debater como será o futuro das cidades inteligentes, reunindo entidades, empresas, ‘startups’, municípios e universidades, presencialmente e por via digital.