”Não se pode querer passar do 8 ao 80”
Para Carlos César não se pode falar, pois, de “rompimento da paz social” ou que tenha havido um “aumento” do número de greves nas últimas semanas. “Nos primeiros dois meses do ano houve 61 pré-avisos, que é menos um pré-aviso do que no ano passado, menos três do que em 2016, são menos 44 do que em 2012, menos 52 do que em 2013, menos 31 do que em 2014 e menos 240 pré-avisos de greve do que em 2015”, desmontou o líder parlamentar socialista, lembrando que estes dados mostram que os números em causa são incomparavelmente inferiores aos números de 2015, quando PSD e CDS estavam no Governo.
“Há uma coisa que acho que é verdade, o crescimento da economia também gera também um acréscimo de expetativas para todos os efeitos”, analisou, revelando que se espera que se passe rapidamente do “8 para o 80”. Daí que para o líder parlamentar do PS muitos dos argumentos na origem desta contestação são “compreensíveis”, mas “também muito injustos face ao que já se melhorou”, por exemplo na situação remuneratória, nos rendimentos, nos horários. “O que deve estar em causa não é a avaliação de uma situação ainda negativa, mas sim a consciência que vamos, com gradualidade, recuperando de situações que foram mais negativas”, revelou. “Está mais em causa o ritmo de recuperação”, assumiu. “Temos mais 140 mil empregos só no último ano”, lembrou ainda.
Sobre a situação específica na Cultura, Carlos César reiterou que houve um aumento de 27 milhões de euros das verbas adstritas ao setor. “O assunto está a ser visto pelo Ministério da Cultura e o sistema adotado nas atribuições dos apoios não foi melhor”, reconheceu. “Havendo mais meios não pode haver piores resultados”, sublinhou, revelando que o assunto já está a ser corrigido, mas frisando que houve mais de 40 entidades que receberam apoios que até agora não recebiam.