“Não podemos sacrificar mais uma vez a atual geração de estudantes”
O novo conjunto de medidas é semelhante ao adotado em março, sendo que “a única, nova e relevante exceção” é manter “em pleno funcionamento” os estabelecimentos escolares “em todos os seus escalões, desde o pré-escolar até ao ensino pós-universitário”, disse António Costa.
Após ter auscultado as entidades representativas dos pais, encarregados de educação e diretores escolares, e “depois de avaliarmos bem as consequências irrecuperáveis para o processo educativo que a interrupção letiva das atividades presenciais teve no ano passado”, o Governo concluiu que, como declarou o líder do executivo, “não podemos voltar a repetir este ano a mesma regra”.
Conforme reconheceu António Costa, “apesar de “todo o esforço extraordinário que os professores fizeram” para garantir o ensino e aprendizagem, a suspensão das aulas presenciais representou em “um custo para as crianças”.
“Não podemos sacrificar mais uma vez uma geração que é a que nos dará continuidade. Sacrificar de novo mais um ano letivo seria altamente prejudicial”, disse.
Trata-se de um “tema que divide a comunidade científica, mas une a comunidade educativa”, adiantou António Costa, acrescentando que vão ser tomadas medidas adicionais com vista a tornar a aumentar a segurança nas escolas e reforçar a confiança nas comunidades educativas.
Campanha de testagem nas escolas
O primeiro-ministro revelou também que as escolas vão ter uma “campanha permanente” de testes antigénio para detetar casos de Covid-19.
“Um dos fatores que melhor nos tem permitido controlar a gestão da pandemia é termos adotado uma política de testagem maciça: testagem, testagem, testagem. Relativamente às escolas vamos acompanhar o funcionamento das escolas com uma campanha de testes antigénio de forma a podermos ir detetando casos não detetados de eventuais contaminados”.
A campanha de testagem está a ser definida entre o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação, com o objetivo de despistar qualquer cadeia de transmissão que possa existir.
“Verificámos ao longo de todo o primeiro período que o número de surtos foi diminuto e mesmo o número de casos reportados num universo escolar que envolve cerca de 1 milhão e 200 mil pessoas [ensino obrigatório] não teve um peso significativo”, apontou António Costa, o que, segundo o líder do Governo, permite concluir que “a escola é um local seguro e essencial ao processo da aprendizagem”.