Edite Estrela, que intervinha no debate sobre a Convenção de Istambul na sessão plenária da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (APCE), manifestou orgulho por Portugal ter sido “o primeiro país a assinar e ratificar” esta convenção, uma vez que, “em Portugal, a prevenção e o combate à violência doméstica têm sido uma prioridade”. E lamentou que haja Estados-membros do Conselho da Europa que não queiram aprová-la.
A também vice-presidente da APCE declarou depois que se lançasse o desafio de pedir a todas as “mulheres informadas, independentes e politicamente ativas” presentes na plateia que levantassem as mãos se “já sofreram alguma forma de violência por serem mulheres”, tinha a certeza que veria muitas mãos levantadas.
“Quantas de nós, durante as campanhas eleitorais ou no exercício das posições para as quais fomos eleitas, não fomos humilhadas, insultadas e difamadas por opositores, por deputados de outros partidos, diretamente ou através da comunicação social?”, questionou a socialista.
Edite Estrela lembrou em seguida as palavras de António Guterres, o secretário-geral da ONU e antigo primeiro-ministro de Portugal, quando disse que “a violência contra as mulheres é uma afronta moral a todas as mulheres e raparigas e a todos nós, uma marca de vergonha para todas as sociedades e um grande obstáculo ao desenvolvimento inclusivo, equitativo e sustentável”.
Defendendo que a “violência contra as mulheres é um ataque aos direitos humanos”, a parlamentar socialista acrescentou que se trata de uma “manifestação de desigualdades históricas nas relações de poder”, sendo “um dos principais obstáculos à igualdade entre mulheres e homens”.
Perante a sessão plenária da APCE, Edite Estrela pediu para ninguém esquecer que “as mulheres têm o direito fundamental de viver livres de violência”. “Juntos e unidos, mulheres e homens, vamos vencer a luta contra a violência”, asseverou.