“Eu não sei de que se queixa o doutor Luís Montenegro. Eu diria que ele devia era reconhecer e valorizar o sentido de estado e de serviço ao país que revelou o PS porque se ontem [quinta-feira] tivesse votado contra o orçamento, nós hoje estaríamos de novo mergulhados numa crise política”, disse aos jornalistas, no final de uma visita à APAV, em Lisboa.
Questionado sobre as críticas da véspera do primeiro-ministro, de que PS e Chega invadiram “esfera de decisão” do Governo no Orçamento ao apresentarem propostas de alteração ao documento, o líder socialista sugeriu que Luís Montenegro certamente não terá a memória “no seu melhor momento”, recordando o número de propostas que o PSD, na oposição, apresentou para os últimos orçamentos de governos do PS, mais de 220 para o de 2023 e mais de 290 para o de 2024.
“O PS apresentou 100 e viu serem viabilizadas 31”, comparou, dizendo que não esperava qualquer reconhecimento do Governo por esta viabilização, que fez “pelos interesses do país”.
José Luís Carneiro reiterou que o executivo da AD não terá agora nenhuma desculpa e que o PS lhe deu “todas as condições para cumprir e para fazer o que tem que fazer, que é governar de acordo com as promessas que fez aos portugueses em tempo eleitoral”.
Sustentando o sentido de responsabilidade do PS, o Secretário-Geral socialista questionou ainda o que seria o país confrontar-se como uma crise política, saído de eleições legislativas há seis meses, em período de eleições presidenciais e quando o próprio Presidente da República está impedido de convocar um novo ato eleitoral.
“Os portugueses, nestes momentos, devem avaliar quem efetivamente serve o interesse do país e quem está permanentemente em jogadas, numa chicana política, porque é desse juízo que nos momentos oportunos os portugueses devem fazer as suas escolhas”, concluiu.