Modelo do Governo fracassou
Classificando de “fracasso” as políticas do PSD/CDS, Ferro Rodrigues disse não ter dúvidas que este Governo terá uma “morte lenta mas segura”.
Afiançou ser uma honra estar a desempenhar as funções de líder parlamentar da bancada socialista, e de não ter pessoalmente uma visão maniqueísta da política entre esquerda e direita “com os bons de um lado e os maus do outro”.
Mas os resultados das políticas destes quatro anos ensaiados pela direita levaram Ferro Rodrigues a dizer que este modelo de estar de “joelhos perante a troica”, e de apostar no empobrecimento com a mirifica ideia de “uma certa competitividade” falhou.
O modelo de austeridade “fracassou em toda a linha”, assegurou, lembrando que nos últimos quatro anos, as condições de vida dos portugueses agravaram-se drasticamente com o país a assistir a “um aumento dramático da pobreza”, com 2,7 milhões de portugueses em risco de pobreza, um em cada quatro cidadãos, com a destruição da classe média, para padrões de desenvolvimento anteriores ao 25 de Abril de 1974, e com um ataque nunca visto em democracia aos rendimentos dos reformados e dos funcionários públicos.
Em nome de uma “deriva ideológica adversa ao poder público”, aos direitos e à inclusão social, o país tem vindo a assistir a uma degradação das “determinantes sociais” e a um retrocesso na qualidade de vida dos portugueses.
Reformados e funcionários públicos, como acentuou ainda Ferro Rodrigue, que foram o alvo privilegiado dos ataques deste Governo, através de sobretaxas extraordinárias, alterações nos escalões de rendimento no IRS, na limitação das deduções à coleta em áreas como a saúde, habitação, mas também na eliminação dos passes sociais para jovens do ensino básico, secundário e superior e, mesmo, uma reforma da fiscalidade verde com uma carga adicional de impostos de 150 milhões de euros”.
Em quatro anos a direita impôs aos portugueses a “maior carga fiscal de sempre”, algo que atingirá este ano, cerca de 37% do produto, segundo as próprias contas do Governo.
Ferro Rodrigues atacou o que descreveu como critérios desiguais entre pessoas que perderam o rendimento social de inserção “por questões burocráticas” e outros cidadãos que “passam anos sem cumprir as obrigações contributivas sem que nada lhes aconteça”, classificando como “uma vergonha” que este Governo tenha retirado direitos a tantas famílias que hoje vivem numa situação de miséria.