MELHOR SAÚDE PARA TODOS
O novo líder do PSD, Rui Rio, ao discursar no congresso deste fim-de-semana, responsabilizou, também, o Governo pela “fragilidade atual” do Serviço Nacional de Saúde, o que Ana Catarina Mendes, que chefiou a delegação dos socialistas, contestou com veemência, salientando: “Essas críticas devem ser antes remorsos pelo ataque sem precedentes do anterior Governo ao SNS, com a sua política desenfreada de cortes”. A secretária-geral adjunta do PS adiantou que “temos hoje mais 350 milhões na saúde, mais médicos, mais enfermeiros”, para, depois, sublinhar que 94 por cento dos portugueses têm médico de família.
Em meu entender, e não só no de Ana Catarina Mendes, as críticas à política de saúde do Governo PS não são justas. Desde que tomou posse, há mais 1830 médicos e 2700 enfermeiros no Serviço Nacional de Saúde! A sua valorização, como referiu a secretária-geral adjunta, tem sido um objetivo fundamental da política do PS. Em termos de unidades hospitalares, os projetos são, também, abundantes: o Hospital de Lisboa Oriental, os do Seixal e Évora, o de proximidade de Sintra e, ainda, a ampliação do de Cascais. O novo Hospital do Seixal visará, seguramente, o descongestionamento do Garcia da Horta, em Almada, e o de proximidade de Sintra surge como complemento do Amadora-Sintra. Mas a defesa e melhoria do SNS, que é a trave-mestra do Estado Social, que o PS tanto preza – e que foi fundado por esse grande socialista, António Arnaut – contempla, ainda, a construção de 90 novos centros de saúde, em todo o país, até finais do corrente ano.
A herança do Executivo anterior foi, sem dúvida, muito pesada. Os cortes selvagens (a palavra parece-me a mais adequada) que foram feitos deixaram este serviço público da saúde bastante depauperado. Recordo-me de ouvir o Dr. Mário Soares dizer, por várias vezes, que tinham destruído o Serviço Nacional de Saúde! Se a imagem me é permitida, o PS está a reconstruir sob os escombros. O Governo de António Costa, e em particular o ministro da tutela, Adalberto Campos Fernandes, encontraram as urgências hospitalares num estado verdadeiramente caótico. Se algumas insuficiências ainda existem, parece-me natural. Como diz o ditado, Roma e Pavia não se fizeram num dia. Mas muito já foi feito! Acresce que o descongestionamento das urgências passa por uma maior utilização da linha de saúde 24 e, sobretudo, pela mudança de hábitos dos portugueses, que, em muitos casos, por motivos não justificados, vão aos hospitais, passando, indevidamente, por cima dos centros de saúde.
O ministro da Saúde vai, esta sexta-feira, ao Parlamento, responder a questões suscitadas pelos deputados, em debate no plenário. Não creio que se deva apresentar com algum sentimento de culpa e muito menos com os remorsos que o PSD e, também, o CDS tem, e de que Ana Catarina Mendes falou, com propriedade, aliás. A política do Governo PS é a mais correta e adequada às amplas necessidades de um setor extremamente importante, diria mesmo decisivo, para todos os portugueses. O primeiro-ministro disse, recentemente, em Davos, que o défice, o melhor da democracia, foi alcançado sem cortes no rendimento das pessoas, nem na saúde nem na educação. E como António Costa costuma dizer, com a sua linguagem simples e eficaz, quem está no caminho certo, não muda de caminho.