Num discurso marcado pela clareza e pela frontalidade, Temido, que se juntou à caravana nacional autárquica liderada por José Luís Carneiro, alertou para os riscos de dispersão de votos e para a tentação de transformar as eleições autárquicas num voto de protesto.
“Sabemos bem o que temos passado em termos de desafios e de amargos de boca nas últimas eleições, não só no nosso país, mas um pouco por toda a Europa. Está nas nossas mãos fazer com que no domingo a realidade seja diferente e deixemos uma marca clara de que o PS está aqui para responder aos problemas das pessoas”, afirmou.
No grande comício do Barreiro, Marta Temido insistiu na importância de votar com responsabilidade e de reforçar o poder local socialista, sublinhando que “as eleições autárquicas são as mais próximas das pessoas” e que “cada voto conta para construir comunidades mais justas, solidárias e desenvolvidas”.
E avisou que “o voto de protesto é um voto de egoísmo, é um voto que não conduz a nada”.
Esse tipo de voto, explicou, “esgota-se quando se põe a cruz no boletim”, porque “não resulta de nada para o coletivo”.
“Não resulta em nenhuma solução, só resulta a raiva e todos sabemos, nas nossas vidas pessoais, que a raiva é perfeitamente infrutífera, não nos leva a lado nenhum, esgota-se naquele ato, naquela birra, naquele protesto, naquelas lágrimas até, por vezes”, acrescentou, apelando à serenidade e à confiança no PS.
Marta Temido fez ainda questão de lembrar o simbolismo do próximo ciclo autárquico, que coincidirá com os 50 anos das primeiras eleições autárquicas livres em Portugal.
“Eu não queria nada que comemorássemos esse meio século com um cenário de distribuição política que não tivesse no poder, nos vários territórios, aquilo que há de melhor para a defesa desses mesmos territórios — que são autarcas do Partido Socialista”, afirmou, arrancando aplausos.
Destacou também o papel essencial das autarquias na concretização das políticas públicas europeias e na aproximação entre o país e a Europa, avisando que se o país não tiver “bons intérpretes locais daquilo que são as políticas europeias”, então “elas não acontecem nos territórios”.
Ao finalizar uma forte intervenção de apelo à mobilização e sentido de responsabilidade, a eurodeputada e antiga ministra reforçou a mensagem central da campanha socialista, afiançando que só com autarcas do PS é possível continuar a garantir a qualidade de vida das populações, a coesão territorial e o desenvolvimento equilibrado do país.
“Está nas nossas mãos”, frisou, “fazer com que o domingo marque a diferença e reafirme o compromisso do PS com as pessoas e com o futuro de Portugal”.