Mário Centeno: “só com rigor nas contas públicas e na sua execução podemos garantir o desenvolvimento do país”
“Nós não temos futuro para o país se a dívida não baixar. Não é possível projetar uma sustentabilidade para as políticas públicas se não tivermos uma trajetória de redução da dívida pública”, afirmou Mário Centeno no debate sobre o Programa de Estabilidade sinalizando que “hoje, a dívida pública desce em percentagem do PIB [Produto Interno Bruto] e, já amanhã, vai começar a descer em termos nominais”.
Quando apresentou o Programa de Estabilidade para 2019-2023, em 15 de abril, o ministro das Finanças definiu como objetivo a manutenção da trajetória de redução do peso da dívida pública em percentagem do PIB, prevendo que reduza de 118,6% este ano para os 99,6% em 2023.
Em termos de valor nominal, as mesmas projeções apontam para que a dívida pública atinja um ‘pico’ de 248,5 mil milhões de euros em 2020 para começar a reduzir dai em diante, estimando-se que recue, em termos nominais, para os 243,6 mil milhões de euros em 2021.
No seu discurso, Mário Centeno, afirmou “por termos contas equilibradas podemos antever os próximos anos com estabilidade fiscal e com continuação da melhoria das pensões, dos salários e do aumento do investimento público. Fazemo-lo com a credibilidade de quem cumpre os seus compromissos. Com a credibilidade de quem desmente aqueles que não confiaram na capacidade do país de encontrar alternativas, nem na capacidade dos portugueses de ultrapassar os sacrifícios e projetar as suas escolhas para um futuro melhor. Fazemo-lo apresentando um Programa de Estabilidade que cumpre o seu verdadeiro desígnio, significando mesmo estabilidade. Não ocultamos metas nem medidas. O país não quer voltar ao período em que, de calculadora na mão, pedia revisão após revisão das metas orçamentais. Era um tempo em que se anunciavam metas irrealistas, em que sucessivamente se falhavam resultados, em que as contas públicas teimavam em não se conformar às metas com que o Governo de então sonhava”.
Mário Centeno disse ainda que os últimos quatro anos foram marcados “por um conjunto de reformas que tiveram um profundo impacto na vida das famílias e das empresas e no desenvolvimento económico do país”.
A finalizar o seu discurso, o Ministro das Finanças alertou que “é fundamental que todos tenhamos consciência disto: apenas com rigor nas contas públicas e na sua execução podemos garantir o desenvolvimento futuro do país. Quem entender de outra forma estará a enganar-se a si próprio, mas mais grave: estará a enganar os portugueses e estará a hipotecar o futuro das gerações vindouras”.